A Federação Paranaense de Ciclismo (FPC) vai conhecer somente daqui a 45 dias o seu novo presidente. A eleição que deveria ter ocorrido nesta sexta-feira, em Curitiba, não aconteceu porque a assembléia que elegeria a nova diretoria não havia sido divulgada em jornal de circulação estadual, conforme estabelece o estatuto.
Nesse período a FPC será dirigida por uma diretoria provisória formada pelo advogado Ivo Casagrande, representante do Clube Recanto, como presidente; o 1º secretário Rui Pacce, do Clube Morgenau e o 2º secretário Clóvis, da Liga Desportiva de Castro.
Segundo o presidente do Clube Recanto e diretor do Clube Atlético Nacional, Florival de Matos Mariano, o que ocorreu foi apenas o cumprimento da lei. "O estatuto é bem claro nesse aspecto, por isso queremos uma coisa transparente e que o processo seja cumprido conforme o que foi estabelecido por todos nós", disse Florival.
Para que fosse aprovado o cancelamento da eleição, Florival apresentou a proposta antes que a atual diretoria divulgasse a prestação de contas. "Caso a diretoria fizesse isso estaria aberta a sessão e não poderíamos mais entrar com esse recurso", disse o diretor do Nacional.
Durante esse período de transição o ciclismo paranaense vai ter um calendário tampão para que os atletas não fiquem sem atividades. "Queremos o bem do esporte e não vamos deixar o ciclismo parar nessa fase", afirmou.
O período pré-eleitoral foi marcado por denúncias contra o atual presidente Marco Antônio Gonçalves, que é investigado pelo Ministério Público, sob suspeita de desviar recursos da entidade. Na eleição, iriam concorrer chapas de Curitiba, Londrina e Cascavel, que seriam escolhidas por 16 clubes com direito a voto.
Depois de nove anos no poder, o ex-presidente Marco Antônio Gonçalves ainda deve explicações à Justiça. Um inquérito policial também investiga o possível desvio de verbas dos bingos Quintino e London Café, de Londrina, que repassava 7% da sua renda à FPC, para as contas do dirigente, que nega todas as acusações.