A ordem no grupo de Dunga é pensar exclusivamente na seleção brasileira, com concentração total no trabalho que está sendo feito na África do Sul. Mas Copa do Mundo costuma ser um divisor na carreira de muitos jogadores. E alguns nomes do Brasil, mesmo sem querer, estão envolvidos em especulações sobre o futuro. Todos, porém, garantem que só vão pensar nisso quando acabar a competição.
Robinho, por exemplo, tem que voltar ao Manchester City depois da Copa, quando termina o seu empréstimo ao Santos. Na única entrevista que deu desde que começou a preparação da seleção brasileira, o atacante não quis falar muito sobre o assunto. Mas mandou um recado bem claro: deseja continuar na Vila Belmiro. Apesar disso, fazer um bom Mundial pode abrir novas portas no mercado europeu.
Maicon também gostaria de ficar onde está, depois da brilhante temporada na Inter de Milão, mas já está sofrendo forte assédio do Real Madrid. "Não vou embora da Inter. Estou feliz lá e tenho contrato até o final de 2014", avisou o lateral-direito titular da seleção, que, no entanto, admitiu que se fosse escolher um novo clube para jogar seria justamente o Real, para onde foi seu antigo técnico José Mourinho.
Para Luís Fabiano, a situação é um pouco diferente. Apesar de ter mais um ano de contrato, tem boas chances de trocar de clube após a Copa. "Não gostaria de falar em transferência nesse momento. Mas o Sevilla pensa em vender. Então, existe a possibilidade de sair", admitiu o atacante de 29 anos, que defende a equipe espanhola desde 2005 e é hoje a maior esperança de gols da seleção brasileira.
Enquanto alguns jogadores da seleção estão com o futuro indefinido, outros já sabem que ficarão no mesmo lugar. É o caso, por exemplo, de Kaká (Real Madrid), Julio Cesar (Inter de Milão) e Daniel Alves (Barcelona). Até mesmo Michel Bastos se enquadra nesse grupo, pois, mesmo ganhando notoriedade como titular do Brasil numa Copa, ele já avisou que não pretende deixar o Lyon tão cedo.
NO COMANDO - A indefinição sobre o futuro não está restrita aos jogadores. Dunga também não sabe qual será seu destino depois da Copa. Em sua primeira experiência como treinador, ele pode até continuar na seleção brasileira por mais tempo - vai depender do resultado na África do Sul. Mas garante que seu pensamento está concentrado no desafio imediato, sem se importar para onde irá depois.
Dunga já deu a entender que aceitaria continuar no cargo caso fosse convidado para isso. Mas ele próprio sabe que essa possibilidade depende do que acontecer na Copa, quando acaba seu compromisso atual com a CBF. E, mesmo que deixe o comando da seleção brasileira após o Mundial da África do Sul, ainda não está certo se continuaria com a carreira de treinador em algum outro lugar.