Brilhante nas cobranças de faltas e na defesa, O Japão venceu a Dinamarca por 3 a 1 e se classificou para as oitavas de final da Copa do Mundo no segundo lugar do grupo E.
Honda, Endo e Okazaki marcaram os gols nipônicos no Royal Bafokeng de Rustemburgo, nesta quinta-feira, 24. Tomasson descontou. É a segunda classificação da história do país e a primeira fora de seu continente. Agora, a equipe enfrentará o Paraguai, primeiro do grupo F.
O Japão apostou no contra-ataque e na precisão das cobranças de falta para superar a Dinamarca. Na defesa, a dupla de zaga formada por Nakazawa e Tanaka deu um show, parando o alto ataque dinamarquês e vencendo praticamente todas pelo alto.
A Dinamarca teve mais posse de bola, mas não soube atacar bem como fez na virada contra Camarões na segunda rodada. É a primeira vez que a Dinamarca fica de fora das oitavas de final da Copa em quatro participações.
O JOGO
Precisando da vitória, a Dinamarca foi para cima do Japão. A equipe nórdica dominava a posse de bola e chegava com perigo. Os orientais se defendiam. Só agredia na bola parada.
Aos 17 minutos, Honda cobrou falta da direita, a Jabulani - sempre ela - tomou efeito, enganou Sorensen e morreu no canto da rede. Era tudo que o Japão precisava para se fechar ainda mais.
A Dinamarca respondeu aos 21 com Tomasson. O atacante recebeu um lançamento na área de Cristian Poulsen, mas chutou em cima de Kawashima.
O Japão ampliou aos 30, com outra cobrança de falta perfeita, talvez inspirada por Zico, grande responsável pela profissionalização do futebol nipônico e mestre no quesito. Desta vez, Endo bateu da meia lua, no cantinho.
Precisando de três gols para se classificar, Morten Olsen mexeu na armação do time. Sacou o veterano Jorgensen e mandou Jacob Poulsen a campo. A Dinamarca, no entanto, domninava a posse de bola, mas não finalizava.
Sempre perigoso na bola parada, Endo cobrou uma falta no começo do segundo tempo. Sorensen falhou e a bola bateu na trave. Morten Olsen então colocou mais um atacante. Larsen entrou no lugar do zagueiro Koldrup.
Com 9 cm a mais na média de altura que os japoneses, a Dinamarca apelou para a bola aérea. Aos 6, Bendtner, 1,93 m, ajeitou de cabeça e Tomasson dividiu com o goleiro, mas a bola foi para escanteio.
A Dinamarca voltou a assustar com um chute de Jacob Poulsen, aos 14, que Kawashima defendeu. Os zagueiros japoneses, Nakazawa e o brasileiro naturalizado Tanaka, antecipavam todas pelo alto.
Nos 15 minutos finais, a Dinamáquina foi para o tudo ou nada. Larsen mandou uma bomba no travessão. Aos 33, Agger sofreu um empurrão na área e o juiz deu pênalti.
Tomasson bateu, Kawashima defendeu, mas o dinamarquês marcou no rebote. O atacante, que vinha de lesão, sentiu a coxa. Mas Morten Olsen já tinha feito as três substituições. Faltavam dois gols para os europeus.
Aos 41, o Japão mostrou - como diz a inscrição de seu ônibus na Copa - que o 'espírito samurai não morre nunca'. Honda deu lindo drible em Rommedahl. Sem egoísmo, tocou para Okazaki como quem diz 'faz e me abraça'. O camisa nove só empurrou para o gol vazio. Era o 'ippon' japonês.