A Itália voltou a decepcionar neste domingo (20). Atual campeã mundial, a equipe apresentou um futebol extremamente burocrático e apenas empatou com a Nova Zelândia por 1 a 1, no Estádio Mbombela, em Nelspruit, em partida válida pelo Grupo F da Copa do Mundo.
Com o resultado, as duas seleções estão empatadas com dois pontos - o Paraguai lidera com quatro pontos. Mas, apesar do segundo empate consecutivo, os italianos garantem vaga nas oitavas de final se ganharem na quinta-feira da Eslováquia. No mesmo dia, a Nova Zelândia precisa derrotar os paraguaios.
Necessitando da vitória após o empate na estreia com o Paraguai, o técnico Marcelo Lippi repetiu a formação ofensiva com Pepe, Gilardino e Iaquinta no ataque. A única mudança foi a entrada do goleiro Marchetti no lugar do lesionado Buffon. Outro desfalque era o volante Pirlo, que não se recuperou totalmente de contusão e foi novamente substituído por Montolivo.
A ausência do atleta do Milan novamente criou problemas à Itália. Sem Pirlo, a atual campeã mundial ficou sem poder de criação. Montolivo era tímido no apoio e deixava Marchisio sozinho na armação. Iaquinta e Gilardino, isolados na frente, também pouco contribuíam. A situação ficou ainda pior no início do primeiro tempo, quando a Nova Zelândia abriu o placar em jogada similar ao gol paraguaio, na estreia italiana - e novamente após falha de Cannavaro.
Em desvantagem e sem criatividade, a Itália apelou para os cruzamentos e chutes de longa distância. Assim chegou ao gol de empate ainda no primeiro tempo, quando De Rossi sofreu pênalti - após levantamento na área - e Iaquinta converteu. A entrada de Di Natale, no intervalo, deu a ligeira impressão de que a equipe melhoraria. Mas, no decorrer da etapa final, os italianos voltaram a atuar de maneira burocrática. E a Nova Zelândia segurou o empate.
A partida contou ainda com a polêmica arbitragem do guatemalteco Carlos Batres. No gol neozelandês, Smeltz estava em posição de impedimento. O pênalti sobre De Rossi também foi polêmico, após Smith puxar muito levemente o volante italiano.
O Jogo
Logo no início da partida, a Nova Zelândia foi mortal. A Itália ainda tentava se soltar em campo quando o adversário abriu o placar aos cinco minutos. Em cobrança de falta, Elliott levantou a bola para a área, Reid desviou de cabeça e Cannavaro falhou no corte, escorando para dentro da pequena área. Sozinho, o atacante Smeltz - impedido - completou para as redes.
Em desvantagem, a Itália se lançou de vez ao ataque. E quase empatou três minutos depois, em lance parecido com o do gol neozelandês. Após cobrança de falta, a bola atravessou a área e o goleiro Paston fez boa defesa antes que ela entrasse. Aos 16, em novo cruzamento, a seleção italiana desperdiçou outra boa oportunidade. Pepe cobrou escanteio, a bola resvalou em Cannavaro e sobrou na segunda trave para Chellini, que finalizou por cima.
Como já havia ocorrido contra o Paraguai, faltava criatividade ao meio-campo italiano. Os volantes pouco ajudavam na armação e o meia Marchisio, principal aposta de Marcelo Lippi, novamente fazia partida discreta. Isolados na frente, Gilardino e Iaquinta quase não recebiam a bola. A aposta italiana, assim, eram os cruzamentos e os chutes de fora da área. Primeiro, quase empatou em finalização de Zambrotta, que passou próxima ao ângulo. Depois, Montolivo acertou a trave.
E foi exatamente após um cruzamento que saiu o gol de empate. Depois de novo levantamento para a área, Smith puxou De Rossi e o árbitro marcou pênalti, muito contestado pelos jogadores neozelandeses. Na cobrança, Iaquinta converteu e igualou o placar aos 27 minutos. Feito o gol, os italianos diminuíram o ritmo. Até mantinham a posse de bola, mas só chegaram novamente no final do primeiro tempo - em chute de fora da área disparado por De Rossi e em cabeçada de Iaquinta.
Insatisfeito com o desempenho da equipe, Lippi fez duas mudanças no intervalo: sacou Pepe e Gilardino, colocou Camoranesi e Di Natale. A entrada do jogador da Udinese, a princípio, deu nova movimentação à Itália. O meia-atacante saía mais da área, auxiliando na armação. Logo aos quatro minutos, ele recebeu de Montolivo e bateu cruzado, exigindo boa defesa de Paston.
A Nova Zelândia, por sua vez, parecia satisfeita com o empate. Somente aos 17 minutos arriscou sua segunda finalização na partida, quando Vicelich chutou de fora da área, no ângulo, e assustou o goleiro Marchetti. E, no ataque italiano, o panorama permanecia o mesmo: chutes de longa distância e cruzamentos à área neozelandesa. Aos 24, Montolivo recebeu de Camoranesi e bateu firme da intermediária, no canto. Mais uma vez, Paston fez grande defesa.
No fim da partida, a Itália ainda tentou um bombardeio sobre o gol neozelandês. Di Natale, Camoranesi, Montolivo, sempre de fora da área, buscaram o gol redentor. Acabaram, no entanto, consagrando de vez o goleiro Paston, grande herói da Nova Zelândia no festejado empate com os atuais campeões do mundo.