Sem participar de uma Copa do Mundo desde 1998, o Chile estreou nesta sexta-feira no Mundial da África do Sul com uma vitória sobre a seleção de Honduras por 1 a 0, em partida disputada no Estádio Mbombela, na cidade de Nelspruit, válida pelo Grupo H do torneio.
Com o triunfo, o Chile encerrou um incômodo jejum que vinha desde o Mundial de 1962, em que foram anfitriões. Desde então, a equipe não vencia uma partida na Copa do Mundo. Neste período, os chilenos acumularam seis empates e sete derrotas em 13 confrontos. Já Honduras, que só participara da Copa de 1982, segue sem triunfar em Mundiais, agora com quatro jogos disputados.
As duas seleções voltarão a entrar em campo no dia 21 de junho, em partidas válidas pela segunda rodada do Grupo H do Mundial da África do Sul. O Chile vai duelar com a Suíça e pode encaminhar a sua classificação às oitavas de final em caso de triunfo. Já a seleção de Honduras vai buscar sua reabilitação em confronto com a Espanha.
O JOGO - Segunda colocada nas Eliminatórias Sul-Americanas, atrás apenas da seleção brasileira, o Chile teve o controle total da partida. Com uma postura ofensiva, a seleção chilena tocou a bola no campo de ataque e envolveu os marcadores hondurenhos. Mas não conseguiu construir um placar mais dilatado por ter se excedido nos passes na proximidade da grande área ao invés de buscar mais finalizações.
Essa característica pode ser explicada pela ausência do centroavante Humberto Suazo. Principal atacante da seleção chilena e artilheiro das Eliminatórias Sul-Americanas, ele ficou apenas no banco de reservas da equipe dirigida por Marcelo Bielsa por estar em fase final de recuperação de uma lesão muscular.
Já Honduras mostrou no seu retorno aos Mundiais problemas no seu sistema defensivo, que deu muito espaço aos principais jogadores chilenos, e uma total inoperância ofensiva. Assim, a equipe conseguiu finalizar apenas com chutes de fora da área, que não chegaram a ameaçar o goleiro Bravo.
O Chile começou controlando a partida, com mais iniciativa e pressionando a seleção hondurenha. Assim, criou chances de gol logo no começo do primeiro tempo. A primeira delas aos dois minutos, após falta sofrida por Valdivia. Matias Fernández cobrou a infração de longe e a bola passou rente ao travessão, assustando o goleiro Valladares.
Com o domínio do jogo, o Chile concentrava as suas ações em Valdivia, mas o ex-palmeirense tinha dificuldade para dar sequência aos lances e perdia muitas bolas para os marcadores hondurenhos. Aos 24 minutos, os chilenos assustaram em jogada aérea. Sanchez fez bom cruzamento e a zaga cortou para escanteio. Na cobrança, Vidal cabeceou para fora.
Depois de pressionar muito Honduras, o Chile abriu o placar da partida aos 34 minutos. Matias Fernandez avançou pela direita e passou para Isla, que cruzou rasteiro para a área. A zaga hondurenha tentou fazer o corte, mas chutou a bola em Beausejour, que abriu o placar do confronto entre as seleções latino-americanas ao rebater a bola para dentro do gol.
Mesmo em desvantagem, Honduras tinha dificuldades para sair da sua defesa e, quando o fazia, avançava com poucos jogadores, o que facilitava o trabalho dos defensores chilenos. Assim, a equipe sul-americana terminou a etapa inicial em vantagem de 1 a 0.
O Chile continuou com o controle do jogo, com uma postura ofensiva e sendo liderado por Sánchez, mas tinha certa dificuldade para criar chances efetivas de gol. Aos 17 minutos, a equipe chegou com perigo em contra-ataque puxado por Valdivia. O ex-palmeirense passou para Sanchez, que driblou um zagueiro e finalizou de direita, mas para fora.
Pouco depois, o goleiro Guevara fez excelente defesa para evitar o segundo gol chileno. Aos 19 minutos, Matias Fernandez cobrou falta para a área. Vidal ajeitou para Ponce, que deu um peixinho defendido espetacularmente pelo goleiro hondurenho.
O panorama da partida não sofreu alteração no restante do segundo tempo. O Chile tocou muito a bola no campo de ataque, fez tabelas envolventes na entrada da área, mas finalizou pouco, não dando muito trabalho ao goleiro Valladares. Assim, comemorou uma vitória magra como havia ocorrido no seu último triunfo em Copas. Em 1962, a equipe venceu a Checoslováquia por 1 a 0, em casa, na disputa do terceiro lugar.