A seleção brasileira não deu chances ao Chile e conquistou a classificação para as quartas de final da Copa do Mundo ao vencer por 3 a 0, nesta segunda-feira, no estádio Ellis Park, em Johannesburgo. O time de Dunga terá pela frente agora a Holanda, em seu maior desafio na África do Sul.
Depois de uma atuação criticada contra Portugal, o Brasil fez uma boa apresentação nestas oitavas de final, com gols de Juan, Luís Fabiano e Robinho. Kaká e Ramires, substituto de Felipe Melo, também se destacaram na partida. Apesar da boa atuação, o volante não poderá jogar a próxima partida porque levou seu segundo cartão amarelo.
Com a vitória desta segunda, a seleção brasileira manteve o bom aproveitamento diante do Chile desde que Dunga assumiu o comando da equipe. Aconteceram cinco jogos nesse período, com cinco vitórias brasileiras - e a mais apertada delas foi por 4 a 2. Os chilenos ganharam pela última vez em agosto de 2000, o que dá um total de nove partidas de invencibilidade brasileira no confronto, sendo oito vitórias e um único empate.
O triunfo deixou o Brasil na rota da Holanda nas quartas de final, repetindo o mesmo confronto da Copa de 1994 - na ocasião, os brasileiros venceram por 3 a 2. Para avançar na África do Sul, os holandeses derrotaram a Eslováquia por 2 a 1 nesta segunda. A vaga na semifinal será decidida na próxima sexta, às 11 horas (horário de Brasília), em Port Elizabeth.
O JOGO - Apesar do favoritismo e do retrospecto favorável do Brasil, a equipe chilena não se intimidou nesta segunda e começou no ataque, como vinha fazendo nos jogos anteriores nesta Copa. O time de Bielsa partiu para cima e tentou estabelecer uma pressão em busca do gol logo nos primeiros instantes.
Mas a experiente defesa brasileira não teve problemas para neutralizar a investida chilena e cadenciou o jogo. Depois do susto, o Chile adiantou a marcação, na tentativa de dificultar a saída de bola do meio de campo, modificado por causa das lesões de Felipe Melo e Elano. Ramires e Daniel Alves começaram como titular.
A estratégia chilena, porém, abriu espaço para o contra-ataque. E foi assim que o time de Dunga chegou pela primeira vez ao ataque. Aos 4 minutos, Luís Fabiano recebeu lançamento pela direita, invadiu a área, mas bateu mal, cruzado, à direita do gol de Bravo.
Mesmo com as mudanças no meio de campo, o Brasil não demorou para estabelecer o domínio da partida. e passou a levar perigo em seguidos lances, principalmente em cobranças de escanteio. Aos 8 minutos, Gilberto Silva aproveitou rebote e bateu forte de fora de área, exigindo uma boa defesa do goleiro Bravo. Na sequência, Kaká finalizou rasteiro da entrada da área, mas mandou para fora.
As investidas brasileiras arrefeceram o ímpeto do ataque chileno, que passou a ter poucas alternativas. Os laterais brasileiros jogavam mais recuados para evitar os ataques de Sánchez e Beausejour, que só levavam perigo em chutes de longa distância. Sem essas opções, o alvo constante era Suazo, mais isolado no ataque.
O recuo chileno deu maior espaço ao meio de campo do Brasil. Mas Daniel Alves e Kaká demoraram para engrenar no setor. As melhores chances de gol vinham em cobranças de escanteio, nos quais os brasileiros, mais altos, tinham grande vantagem sobre o adversário. Após cinco levantamentos frustrados, Juan subiu sem qualquer marcação e cabeceou para o fundo das redes, aos 33 minutos.
O gol prejudicou a estratégia chilena, que precisou abrir a retranca e buscar o empate. Em velocidade, o Brasil soube aproveitar o espaço cedido e ampliou o placar em seu primeiro contra-ataque, em menos de quatro minutos. Robinho puxou pela direita e rolou para Kaká, que deu grande passe para Luís Fabiano invadir a área, driblar o goleiro e finalizar para as redes, aos 37.
Diante da vantagem brasileira no placar, Bielsa mudou seu time. Sacou um dos zagueiros e colocou em campo Valdivia, ex-Palmeiras, e Tello para dar maior velocidade e consistência ao esvaziado meio de campo chileno. O Brasil, por sua vez, adiantou a marcação para neutralizar a armação do rival e aumentar o marcador.
A inversão de papéis deixou o jogo morno, concentrado no meio de campo e com poucas tentativas no ataque. Mas Ramires tratou de acabar com a pasmaceira ao arrancar pela intermediária chilena e rolar para Robinho, que bateu colocado no canto esquerdo de Bravo e aumentou a contagem para o Brasil: 3 a 0. Foi o primeiro gol do atacante em Copas do Mundo.
A desvantagem no placar não desanimou os chilenos. Sempre em velocidade, na tentativa de encontrar buracos na defesa brasileira, o time de Bielsa criou boas oportunidades para descontar o placar. Valdivia acertou belo chute aos 20 minutos, no primeiro lance perigoso do Chile no segundo tempo. Suazo criou duas boas chances, sem sucesso. Na primeira, Julio Cesar fez boa defesa. Na outra, o atacante mandou por cima do travessão.
O placar favorável não impediu que o Brasil continuasse a arriscar no ataque. Kaká, aos 23 minutos, bateu por cima do gol, com perigo. Aos 28, foi a vez de Robinho, que escapou pela direita e bateu cruzado. O goleiro Bravo se esticou para evitar o gol. No final, Michel Bastos também tentou marcar o seu gol. Ele deu belo "chapéu" no marcador, mas bateu para fora, na última tentativa brasileira no jogo.