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CBF procurou ministro para garantir Brasil x Argentina, afirma Anvisa

Raquel Lopes - Folhapress
09 set 2021 às 09:47

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- Divulgação/CBF
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Um documento da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) afirma que o presidente em exercício da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ednaldo Rodrigues, entrou em contato com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, para que a partida entre Brasil e Argentina, interrompida no último domingo (5) em seus minutos iniciais, pudesse ser retomada.


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De acordo com o documento, Rodrigues queria que Yunes Eiras Baptista, fiscal do órgão responsável por paralisar o confronto, falasse com o ministro e liberasse os quatro argentinos vetados por descumprimento de quarentena de 14 dias, obrigatória para estrangeiros que chegam ao Brasil de lugares como o Reino Unido (caso do quarteto), em razão da pandemia do novo coronavírus.

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O funcionário havia ido à Neo Química Arena para entregar notificações aos atletas adversários da seleção brasileira. Com a impossibilidade de contar com os jogadores, a Argentina deixou o campo de jogo.

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"Por volta das 16:45, fui abordado pelo senhor Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, informando que estava em contato com a Casa Civil e se eu poderia falar com o sr. Ministro Ciro Nogueira. Neguei o contato e informei que se dirigisse à diretoria da Anvisa, a qual me encontrava subordinado, visto que se tratava de ação sanitária e legal", escreveu Baptista em trecho do documento.


A CBF negou, por meio de nota, que o presidente em exercício da confederação tenha feito contato com servidores da Anvisa nos termos relatados. E afirmou que o cartola não autorizou nenhuma pessoa a falar em seu nome.

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"O presidente da CBF não falou sobre esse ou qualquer outro assunto com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, [nem] sequer tem seu contato telefônico. A versão é fantasiosa", diz o texto.


O Palácio do Planalto e a Conmebol foram procurados pela reportagem, mas não se manifestaram até a conclusão do texto.

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O fiscal da Anvisa disse que, além do presidente da CBF, outros dirigentes questionaram se seria possível uma negociação. Segundo Baptista, Sergio Ribas, vice-presidente da Comissão de Governança e Transferência da Conmebol, solicitou o telefone para contato com algum diretor da Anvisa ao qual ele estaria subordinado.


O fiscal acrescentou que a intenção da Anvisa era o cumprimento da medida sanitária, devendo se limitar à notificação dos quatro jogadores. Assim sendo, eles não deveriam participar da partida em razão do desrespeito à legislação sanitária e à saúde pública.

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No entanto, desde que chegou ao estádio, com a ajuda de policiais federais, Baptista relatou dificuldade de colaboração dos envolvidos na partida no cumprimento das medidas sanitárias. Ele citou a CBF, a Conmebol, a AFA (Associação do Futebol Argentino) e os próprios jogadores.


Inicialmente, fiscais e policiais foram orientados a aguardar em um camarote. "O fato de não ter sido direcionado a um interlocutor com poder decisório (dirigentes e ou organizadores da instituição) em uma área específica (mais privada), sendo direcionado para uma área de exposição pública (camarote), em meu juízo indicava tentativa de constrangimento", escreveu Baptista.

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Ele disse que se retirou do camarote de forma a forçar uma definição. Uma pessoa o orientou a seguir para o vestiário da seleção argentina e informou de que a partir daquele ponto não poderia haver fotos ou filmagens em virtude de questões de segurança e comerciais.


"A impressão pessoal foi que o respectivo deslocamento foi propositadamente lento e desorganizado para ganhar tempo e uma forma de direcionar (através do constrangimento) uma possível negociação."

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Na chegada ao vestiário, o fiscal diz ter sido direcionado a uma sala adjacente. Ele aponta que em vários momentos perguntou se algum dirigente poderia assinar pelos jogadores, o que foi prontamente negado. Por conta disso, os delegados da Polícia Federal iniciaram uma conversa no intuito de chegar a um acordo, o que também não ocorreu.


"Por volta das 16:00, não sendo possível confirmar o horário, escutei a execução do hino nacional (momento em que ficou clara a obstrução). Imediatamente iniciei um movimento em direção à porta e encaminhamento ao túnel de acesso ao campo. Mais uma vez houve uma tentativa desorganizada de evitar a ação, porém os policiais da PF seguiram junto abrindo caminho", diz Baptista, em outro trecho do documento da Anvisa.


Quatro jogadores da seleção argentina deram informações falsas e ocultaram que estiveram no Reino Unido nos últimos 14 dias: Emiliano Martínez, Emiliano Buendia, Giovani Lo Celso e Cristian Romero. Eles jogam em equipes de futebol da Premier League.


O Ministério da Saúde negou um pedido de autorização excepcional para que quatro jogadores argentinos pudessem ser liberados do período de quarentena, previsto nas atuais normas sanitárias do país, e atuassem contra a seleção brasileira.


O requerimento foi rejeitado 51 minutos antes de o jogo entre Argentina e Brasil começar. A partida foi interrompida com seis minutos de bola rolando.


O pedido dos argentinos foi feito no sábado (4). O ofício do secretário-executivo adjunto da Saúde, Alessandro Glauco dos Anjos de Vasconcelos, que rejeitou a solicitação, foi assinado eletronicamente às 15h09 de domingo.

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