Televisão

Documentário mostra bastidores e caminho até os ouros em Tóquio

02 set 2021 às 16:15

Italo Ferreira, Rebeca Andrade, Ana Marcela Cunha, Martine Grael e Kahena Kunze, Isaquias Queiroz, Hebert Conceição e toda a delegação do futebol masculino terão suas histórias de fé e dedicação contadas em documentário que estreia nesta quinta-feira (2), no Globoplay.


Em comum, todos eles têm uma medalha de ouro no peito após fazerem bonito nas Olimpíadas de Tóquio e alcançarem o degrau mais alto do pódio. Em "É Ouro! - O Brilho do Brasil em Tóquio", o público poderá curtir não só o momento mais esperado por um esportista, mas todo o caminho para chegar até ele.


Cada episódio contempla um dos medalhistas. A ideia do projeto é aprofundar um pouco mais as histórias de vida, trazer imagens inéditas de bastidores e arquivos raros anteriores à competição para ajudar o público a entender ainda mais desses atletas.


"Eles são especiais pelo enorme talento, empenho e resiliência. Rebeca Andrade, por exemplo, teve três lesões sérias no joelho. Na última, até o técnico dela pensou que não daria mais. Ela conta que chorou e pensou em desistir. A força dessas pessoas para perseguir um sonho é uma inspiração", diz Rafael Pirrho, diretor do documentário.


O material conta com entrevistas com os atletas e com os personagens mais relevantes na caminhada de cada um. A proposta não é contar a vida dos medalhistas, mas a trajetória deles até o sonho do ouro.


Hebert Conceição, ouro no boxe, conta como entrou num campeonato da modalidade por acaso; Martina e Kahena, ouro na vela, falam de uma longa relação de amizade que começou no início da adolescência e que teve separações e voltas.


Já os pais da campeã da maratona aquática Ana Marcela Cunha lembram de um sério problema de saúde dela antes dos Jogos do Rio, em 2016, e como ela persistiu até chegar à medalha dourada.


"Esse projeto tem três pilares básicos: o olhar de nossas equipes sobre os atletas em Tóquio, os bastidores de treinos e competições antes das Olimpíadas fornecidos com exclusividade pelo Canal Olímpico do Brasil e muitos arquivos raros. Nossa pretensão nunca foi acompanhá-los 24 horas por dia, mas fazer uma longa pesquisa para descobrir os momentos chave até o ouro", avalia Pirrho.


No documentário, o público poderá ver muitas cenas inéditas. Nas Olimpíadas, muita gente estranhou, por exemplo, uma certa frieza do surfista Gabriel Medina após seu concorrente e amigo, o brasileiro Italo Ferreira, conquistar a medalha de ouro. Medina foi eliminado da competição e não pegou pódio em decisão controversa dos árbitros.


Porém, o documentário mostra cenas de um papo leve e algumas brincadeiras entre os dois surfistas no hotel logo após a conquista de Ferreira. Também há uma gravação rara da Rebeca cantando o hino nacional aos 11 anos como se já previsse que algo parecido aconteceria anos depois.


Há ainda bastidores da seleção de futebol masculina e as conversas sobre tática no ônibus entre o capitão Daniel Alves e o técnico André Jardine e imagens raras de Martina e Kahena ainda adolescentes começando na vela.


"Temos uma entrevista do Jesus Morlan, técnico do Isaquias Queiroz [medalha de ouro na canoagem], meses antes de ele morrer, em 2018, em que praticamente prevê o que aconteceria em Tóquio", adianta o diretor.


Mas o "É Ouro" não vai acompanhar apenas quem subiu no andar mais alto do pódio. Foi aberta uma exceção para Rayssa Leal, 13, medalhista de prata no skate e detentora da primeira medalha nos Jogos de Tóquio.


"A Rayssa ganhou a prata antes mesmo do primeiro ouro do Italo. E pensamos: que desperdício a gente não poder contar essa história. Temos um material riquíssimo dela, porque a acompanhamos de perto desde a primeira reportagem no Esporte Espetacular, em 2015, quando postou um vídeo andando de skate em Imperatriz, no Maranhão. E seis anos depois estava num pódio olímpico."


Para o diretor, apesar de difícil, o distanciamento dos jornalistas para registrar tudo nas competições foi importante para os fazerem exercitar um olhar mais amplo sobre cada conquista. "Teremos os momentos mais emocionantes de Tóquio, mas nossa proposta é dar alguns passos atrás nessa trajetória, mergulhar em alguns temas, trazer histórias novas e material inédito", diz.


Ele completa sobre quais reflexões a obra deverá causar no público: "Todos começam muito cedo, treinam demais, são obcecados pelos resultados. Uma medalha não é construção de um mês, não é golpe de sorte, mas é a união de talento, persistência e dedicação", conclui.


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