Cozinheira “da quebrada” levou a melhor na disputa com Wilton na grande final da 10ª temporada
A body piercer Ana Carolina foi eleita a melhor cozinheira amadora do país na noite de terça-feira (12). Na final ao vivo, apresentada por Ana Paula Padrão dos estúdios da Band, em São Paulo, a moradora do bairro do Grajaú, na zona sul da capital paulista, levantou o troféu da décima temporada do MasterChef Brasil diante de familiares, amigos, fãs e ex-concorrentes.
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“Estou muito feliz. Fiz coisas que eu achava que não era capaz. Fiz com que outras mulheres tirassem seus sonhos da gaveta. Para alguém que vem de onde vim, estar aqui, hoje, é muito importante”, disse, em entrevista ao band.com.br. Ela chamou a atenção para a importância do pódio com representação feminina, periférica e LGBTQIAPN+. “A final comigo e com o Wilton é de uma representatividade imensa. De alguma forma, a galera se enxerga na gente”, refletiu.
Segundo a competidora, ela dará R$ 10 mil em dinheiro para o amigo. “Nunca pensei no prêmio, mas essa é minha única certeza. O Wilton me ajudou muito aqui dentro. Ganhei um pin toda vez que cozinhei ao lado dele. Ele é um cara incrível, que vai conseguir dinheiro de muitas maneiras, mas essa é uma forma de demonstrar minha gratidão”.
A cozinheira amadora conquistou o paladar dos jurados com o menu “Que Nunca Nos Falte”. Para a entrada, preparou um bolinho de arroz com espuma de abóbora, couve crispy e vinagrete. Já o prato principal foi uma rabada com mousseline de mandioquinha. Para finalizar, sorvete de capim-santo com farofa de castanha-de-caju.
Até subir ao pódio, a campeã enfrentou uma longa batalha que abalou a autoestima. “Me separei oito dias antes de entrar no MasterChef. Minha família acabou e fiquei sem chão, perdida. Estava muito triste e fragilizada, no pior momento da minha vida. No começo, achava que não era capaz. Trouxe roupas para uma semana de confinamento, apenas. Na situação em que me encontrava, chegar aqui é ainda mais especial”, explicou. “Sou merecedora. Fui merecedora por muito tempo, mas não enxergava. Toda mulher que faz seu ‘corre’, cria um filho e paga suas contas deve se achar merecedora”.
O começo da competição não foi fácil. “Eu era a última a ser escolhida nas provas porque não tinha muito conhecimento – e isso é um reflexo da sociedade. O MasterChef é muito diferente para uma pessoa que já viajou para vários lugares, já provou várias comidas… O lugar mais chique que eu já fui é uma churrascaria. Nunca comi um menu completo. Nas provas de reprodução, tive a oportunidade de experimentar pratos incríveis e reproduzi-los”, relembrou.
Aos poucos e com garra, a paulistana começou a mostrar a que veio. A dedicação foi tanta que ela se tornou a participante com o maior número de vitórias em provas, o que rendeu cinco pins dourados para o seu avental. “Os pins foram muito importantes para eu acreditar mais em mim e para as pessoas verem que eu não estava para brincadeira. Me deu gás. Acho que começaram a sentir um pouco de medo porque viram que eu não precisava de todas as oportunidades que eles tiveram para ser boa”, opinou.
Ao longo dos episódios, foi eliminada, voltou na repescagem da seletiva, foi líder, ganhou e perdeu. “Tive a oportunidade de viver todas as emoções. Foi uma experiência única e inesquecível, principalmente a prova na Sala São Paulo, quando a equipe azul venceu com a minha liderança. Dei espaço para todos falarem, coisa que não deram para mim em outros desafios. Foi um momento muito importante”, avaliou. “Sinto muita gratidão por cada bronca que recebi, cada erro e cada acerto meu no MasterChef”.
Ana Carolina já começou a planejar seu futuro. Antes de engatar na carreira gastronômica, ela quer organizar sua vida com o filho, Ravi. “Vou colocá-lo em uma escola de inglês, na natação… Coisas que nunca pude fazer por ele”. Depois disso, pretende montar um estúdio de body piercing com um pub. “Quero estudar para dar cursos e ensinar outras mulheres, sejam elas da ‘quebrada’ ou de qualquer outro lugar. Quero passar para frente o meu conhecimento e ajudar mulheres a enxergar a potência que elas são”, concluiu.
A final do MasterChef Brasil 2023 contou com um troféu em aço, oferecido pela ArcelorMittal, e desenvolvido pela designer capixaba Ana Paula Castro. A empresa também presenteou a ganhadora com utensílios e eletrodomésticos feitos do material. A autora do melhor menu ainda levou para casa um prêmio do Pão de Açúcar no valor de R$ 300 mil no cartão Pão e 300 mil pontos Stix para trocar por produtos. A vencedora ainda recebeu da Royal Prestige um conjunto de panelas, enquanto a Eisenbahn ofereceu uma viagem a Blumenau para conhecer a fábrica da marca, um curso de sommelier de cerveja e um home bar. Já a Le Cordon Bleu deu um curso completo na escola de gastronomia mais renomada do mundo. Wilton, segundo colocado na disputa, também ganhou um curso de pâtisserie para aprender com os melhores profissionais da área.
Na próxima terça-feira (19), a Band estreia a quinta temporada do MasterChef Profissionais, às 22h30, logo após o Perrengue do Dia.