A produção do projeto “O Som da Escravidão” promove na quinta-feira (9) audição aberta para a seleção do elenco da montagem com estreia prevista para o segundo semestre de 2023. O projeto, que conta com patrocínio do Promic (Programa Municipal de Incentivo à Cultura) e produção da PÁ! Artística, levará para o palco do Teatro Ouro Verde a trajetória de vida e carreira de cantoras líricas negras.
Podem participar da seleção para o elenco pessoas autodeclaradas pretas ou pardas e serão observados características como afinação e experiencia anterior de canto em conjunto. Além disso, os interessados deverão apresentar uma canção ou ária para os selecionadores. Serão escolhidos cantoras e cantores para um coro de vozes negras para os quais serão promovidas oficinas de canto e teatro.
Os interessados em participar devem enviar um e-mail para [email protected], com nome completo e telefone para contato no corpo do e-mail. A audição será na Casa de Cultura José Gonzaga Vieira (Av. Higienópolis, 1910) e, já no dia seguinte da seleção, a produção do projeto vai entrar em contato com os futuros participantes para comunicar a aprovação.
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O espetáculo
A montagem do espetáculo “O Som da Escravidão” foi idealizada por duas mulheres negras, Edna d´Oliveira e Edineia de Oliveira, irmãs e renomadas profissionais do canto lírico para resgatar história de mulheres negras na música lírica no Brasil. Um espetáculo multilinguagens, uma espécie de ópera visual onde o protagonismo negro aparece em toda a ficha técnica, com profissionais, artistas e colaboradores na sua maioria, pretos. O espetáculo conta ainda com a participação da Orquestra Sinfônica da Universidade Estadual de Londrina, a OSUEL sob a regência do maestro Alessandro Sangiorgi, que também assina a direção musical.
Através de um processo de estudo e pesquisa , o espetáculo quer resgatar a narrativa de artistas negras no Brasil e a história política e cultural do que as idealizadoras do projeto chamam de “matriarcado preto da música lírica brasileira”, trazendo para nossos tempos os nomes quase esquecidos das vozes de Joaquina Lapinha, Camila Maria da Conceição, Zaíra de Oliveira, Maura Moreira e Maria d´Apparecida. No palco, o retrato poético das lutas pela liberdade, respeito, preservação da cultura afro-brasileira e igualdade social. “A música erudita no Brasil tem cores, e ela também é preta”, dizem as irmãs Edna e Edineia.
Estão previstas três apresentações no Teatro Ouro Verde, com entrada gratuita e outras três de uma versão sem a OSUEL, mais enxuta e pensada especialmente para integrar ações culturais em rede, dentro do Programa Fábrica de Cultura, sob a coordenação da Secretaria Municipal de Cultura. Mais informações sobre o projeto e de como participar da audição aberta que acontece no dia 09 de março, pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (43) 99906-3265.