Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade

O herói cataléptico voltou

Redação Bonde
11 nov 2004 às 17:25

Compartilhar notícia

- Divulgação/Márcio Scatrut
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

Perversão, cultura pop e humor. Essa é a fórmula da peça 'Morgue Story - Sangue, baiacu e quadrinhos' do diretor Paulo Biscaia Filho, que depois de uma temporada de sucesso no primeiro semestre, volta a cartaz a partir de 11 de novembro, quinta-feira, no Teatro José Maria Santos.

Em cena, o teatro tradicional incorpora elementos modernos com vídeo, música e uma sonoplastia alucinante, num texto que faz referências explícitas ao ritmo da linguagem das histórias em quadrinhos, a estética dos filmes de Quentin Tarantino e as produções do cinema de suspense trash das décadas de 70 e 80.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


Nesta segunda temporada, o espetáculo é realizado até o dia 12 de dezembro, com sessões de quinta a sábado às 21 horas; e domingos às 19 horas.

Leia mais:

Imagem de destaque
Alerta

É preciso expor a violência doméstica, diz atriz Leticia Birkheuer em volta ao teatro

Imagem de destaque
Aulas todas as quartas

Funcart tem inscrições abertas para curso de teatro para pessoas acima de 40 anos em Londrina

Imagem de destaque
Despedida

Sob aplausos, a multifacetada artista Nitis Jacon é sepultada em Arapongas

Imagem de destaque
Programe-se!

Londrina: Espetáculos teatrais da Funcart serão neste sábado


A trama, que se passa num necrotério, envolve três personagens: Ana Argento, uma bem sucedida roteirista de história em quadrinhos – papel dividido pelas atrizes Mariana Zanette e Rafaela Marques; Tom, um vendedor de seguros cataléptico - com interpretação de Anderson Faganello; e Doutor Daniel Torres, um médico legista – incorporado pelo ator Leandro Daniel.

Publicidade


Em Morgue Story as histórias dos personagens se cruzam de maneira insólita. O Doutor Torres é um maníaco sexual, que tem como perversão envenenar mulheres atraentes com uma poção secreta, baseada numa mistura de narcóticos com toxina do peixe baiacu, desenvolvida por sacerdotes vodus haitianos.


O veneno induz as vítimas a um estado de catalepsia (que simula a morte) e, depois que elas vão para o necrotério, o médico legista aproveita para violentar e matar cada uma delas - fugindo de qualquer suspeita porque, teoricamente, as mulheres já estavam mortas.

Publicidade


Os planos do psicopata começam a dar errado quando numa de suas incursões ele se depara com o um cataléptico profissional, Tom, que está no gavetão da morgue acordando da morte pela oitava vez. Ironicamente, o personagem é um vendedor de seguros de vida.


A peça é toda narrada pela nova vítima, Ana Argento, uma desenhista de quadrinhos – criadora de um personagem de muito sucesso que é o Oswald, o morto-vivo. Ana, que é extremamente pretensiosa socialmente, não consegue se relacionar com ninguém porque se julga superior a todos que estão na sua volta.

Publicidade


Linguagem
Paulo Biscaia Filho que, além de responsável pelo texto e direção, também assina a sonoplastia e o vídeo do espetáculo, confessa que está a frente de uma história que gostaria muito de assistir. "Morgue Story é voltada para um público que deseja ver um espetáculo bacana, moderno, construído com muita precisão", define.


Bem humorado, o diretor comenta ainda que essa é uma peça para quem não gosta de teatro. "Eu me esforcei ao máximo para tentar eliminar várias referências do que se vê no teatro hoje em dia. É fazer no palco algo próximo a uma linguagem de quadrinhos, de cinema, para que a pessoa veja esse espetáculo e tenha uma percepção diferente. Quero muito que a platéia olhe a peça como um jogo de vôlei, onde a bola vai para vários lugares de forma muito rápida", compara.

Publicidade


De fato, a sonoplastia e o vídeo dialogam diretamente com a cena. Os atores contracenam com personagens que aparecem na projeção ou apenas na sonoplastia criando um visual, uma dinâmica, diferente de se olhar o espetáculo de teatro.


"Uma coisa que procurei bastante é integrar de forma indissolúvel o vídeo em Morgue Story. Mas isso não é uma coisa para se refletir, é para se curtir. conta Biscaia que alerta: "a peça não tem nenhum objetivo acadêmico, nenhuma grande discussão estética ou qualquer pretensão teatral. A única pretensão é ser extremamente divertida como um bom filme de terror."

Publicidade


O diretor confessa com uma sinceridade desconcertante que o preciosismo científico é sacrificado em prol de uma narrativa empolgante. "Mas é fato que existe uma poção desenvolvida por sacerdotes vodus haitianos que induz catalepsia nas pessoas", diz Biscaia – um aficcionado pelos contos do escritor norte-americano Edgar Allan Poe, em especial "O Enterro Prematuro" que narra como é ser enterrado vivo e acordar dentro do caixão. "Desta vez, me preocupei mais com a narrativa. O resto vem apenas como referência para fazer uma ficção científica", contou.


A linguagem de quadrinhos pode ser percebida em todos os elementos estéticos de Morgue Story. Na iluminação (de Nadja Naira), com recortes como se os personagens estivessem enquadrados nos quadrinhos; ou no próprio cenário do necrotério (criado por Andressa Ferrari), que é todo feito de quadrados - nas gavetas da morgue, nos azulejos e na tela de projeção. Biscaia adianta que as projeções são feitas dentro de quadrinhos como uma revista. "Isso estabelece uma ligação com, a narradora da peça que é uma desenhista de HQs. É como ela pensa e vê o mundo".

Publicidade


Esse é o décimo texto de Paulo Biscaia Filho. O diretor lembra que a peça, escrita originalmente em 1998, evoluiu para a cultura de cinema trash, principalmente nas produções cinematográficas de George Romero (Noite dos Mortos Vivos), Peter Jackson (Fome Animal e Náusea Total), Sam Raimi (Uma Noite Alucinante) e, também, da estrutura de diálogos dos filmes de Quentin Tarantino. "Eu busquei esse ritmo na dramaturgia", esclarece.


Como referência direta a estas influências, no começo da peça o personagem Tom diz que deixou o videocassete gravando Uma Noite Alucinante 3. Ana Argento aproveita a deixa e dispara que o Bruce Campbell (personagem do filme) com a serra elétrica na mão é tudo que um homem deveria ser: "bacana, engraçado, violento e um pouco idiota."


Morgue Story ainda traz as participações especiais em vídeo de Danilo Corrêa (como barman) e Edson Bueno (como o psicanalista Dr. Samuel). Biscaia diz que este último papel foi uma homenagem ao amigo que dirigiu, em 1990, a peça New York por Will Eisner. "Um marco no teatro paranaense que agora, 14 anos depois, influenciou a minha peça", finaliza.


Serviço:
Morgue Story – Sangue, baiacu e quadrinhos

DAta: 11 de novembro a 12 dezembro, de quinta a domingo
Horários: de quinta a sábado, às 21 horas. Domingos, às 19 horas
Local: Teatro José Maria Santos
Endereço: R. Treze de Maio, 655
Telefone para informações: (41) 304-7954
Ingressos: R$10 e R$5 (estudantes, idosos e classe artística)


Publicidade

Últimas notícias

Publicidade
LONDRINA Previsão do Tempo