Teatro

Nenhum de Nós

27 jul 2001 às 17:25
A ressureição de bandas que marcaram os anos 80 na mídia tem sido um grande negócio para as gravadoras. Capital Inicial, Ira!, Titãs e Ultraje ao Rigor aproveitaram o filão de regravações e acústicos e voltaram a aparecer na imprensa e vender discos como em sua época áurea. A última banda a integrar a sessão nostalgia vem nesta sexta-feira, dia 3 de agosto, a Curitiba para uma apresentação no Moinho São Roque. Trata-se de Nenhum de Nós, que traz o show de lançamento do álbum "Histórias Reais, Seres Imaginários".
Sumido da mídia nos últimos anos, o Nenhum de Nós viu a situação ser revertida quando a Sony decidiu gravar seu recente trabalho. Contando com a produção de Liminha, "Histórias Reais, Seres Imaginários" diferencia-se dos CDs dos grupos anteriormente citados por não conter nenhuma regravação. Todas as dez músicas são inéditas e a faixa "Nego" traz a participação de Herbert Viana. As letras seguem o modelo já consagrado: temas adolescentes, com um quê de dor-de-cotovelo e romantismo.
A volta do grupo aos holofotes do mercado fonográfico traz à memória hits que fizeram sucesso no fim dos anos 80, como "Camila, Camila", "Astronauta de Mármore" (uma versão da canção "StarMan", de David Bowie), "Sobre o Tempo" (que foi tema da novela Barriga de Aluguel) e "Vou Deixar que Você Se Vá" (feita em parceria com Edgard Scandurra, guitarrista do Ira!). Impossível não lembrar de "hinos" do pop como "Havia algo de insano naqueles olhos, olhos insanos /Os olhos que passavam o dia a me vigiar, a me vigiar /Camila, Camila" ou "Sempre estar lá e ver ele voltar /Não era mais o mesmo mas estava em seu lugar".
O grupo surgiu em 1986, no Rio Grande do Sul, quando fervilhavam bandas de pop e rock no estado, como Engenheiros do Hawaii, DeFalla, Os Replicantes e Garotos da Rua. Os amigos Thedy Correa (baixo e voz), Carlos Stein (guitarra, que tinha acabado de deixar o Engenheiros do Hawaii) e Sandy Homrich (bateria) fundaram o Nenhum de Nós e lançaram seu primeiro álbum, homônimo, no ano seguinte. Nele aparecia a canção "Camila, Camila", que só estouraria nacionalmente em 88/89.
O segundo álbum, "Cardume", adiado por causa do sucesso tardio de "Camila...", é lançado em 1989, pelo selo Plug, da RCA (hoje, BMG) e traz mais um hit, "Astronauta de Mármore". O terceiro álbum, Extraño, de 1990, consagraria a canção "Sobre o Tempo" e marcaria a entrada do guitarrista, violinista e bandolinista Veco Marques. Em 1993, o contrato com a BMG foi rescindido, dando início a uma novela de troca de gravadoras e obscuridade.
No ano seguinte, a Polygram gravava o álbum "Acústico". Em 1996, a gravação de "Mundo Diablo" era feita pela Velas. Neste ano, o tecladista João Vicente completa o quinteto. Em seguida, foi a vez da Paradoxx lançar "Paz e Amor" (1998), que foi mal distribuído pelo país. Os músicos não gostaram do tratamento da Paradoxx e atualmente são contratados da Sony.
O show desta sexta-feira será baseado nas canções do CD "Histórias Reais, Seres Imaginários". Como todas são desconhecidas do público, é provável que a banda execute antigos hits e mate a saudade daqueles que curtiam música pop no fim dos 80.
Serviço:
Nenhum de Nós e Lunnes

Data: 3 de agosto, sexta-feira
Local: Moinho São Roque
Endereço: R. Des. Westphalen, 4.000
Horário: 24h
Ingressos: R$ 10,00 antecipados e limitados a nas lojas Armazém do CD e no local
Informações: 41 333-3964

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