Teatro

Música apurada

13 set 2002 às 13:43

Apreciadores de violão e de percussão têm um bom motivo para assistir às atrações de segunda-feira, 23 de setembro, no Teatro HSBC. A partir das 20 horas dois grupos estarão se apresentando dentro do 2o Jazz Fest, que é um evento inserido na segunda parte do 3o Festival de Música de Câmera de Curitiba. Por coincidência ambas as atações são de Brasília: o Duo Mandrágora (violões) e o Percussão? (assim mesmo, com essa interrogação fazendo parte do nome).

O Mandrágora estará mostrando basicamente repertório próprio. Sem se prender ao formalismo tradicional, os músicos Jorge Brasil e Daniel Sarkis buscam sonoridades variadas, que acabou se tornando sua marca registrada. Inicialmente ele surgiu como trio (tinha uma flauta), mas para o idealizador do grupo, Jorge Brasil, alguma coisa estava errada. Ou, como ele mesmo diz, "tinha lá os seus mistérios". Até o dia em que descobriu que sob esse estranhamento havia "a alma de um duo". De violões, claro.

No roteiro desta noite serão apresentadas as seguintes canções: Mandrágora" (Jorge Brasil), "Pinga" (Jorge Brasil), "Sideral" (Jorge Brasil), "Nuages" (L. Caorryel e P. Catherine), "Roda Gigante" (Duofel), "Espiral" (Jorge Brasil e Daniel Sarkis), "Com o Pé na España" (Jorge Brasil e Daniel Sarkis), "Lua Nova" (Jorge Brasil e Daniel Sarkis), "Ultrapássaro" (Dante Ozzetti) e "Influências" (Daniel Sarkis).


A história do grupo Percussionistas? começou há três anos, quando os músicos Cezar Borgatto e Fred Magalhães decidiram iniciar um trabalho de pesquisa e criação musical. A idéia era trabalhar com o material mais variado possível, explorando todas as sonoridades, que é uma das características da cultura brasileira. A palavra de ordem era a fusão do som, o movimento e os materiais de que lançariam mão: vassouras, baldes, latas, cabos de enxadas, tonéis de óleo, galões de combustíveis, chapas de zinco e tudo o mais que fosse necessário para sua arte. Estava criado o Percussão?. Hoje o grupo acrescido por mais três integrantes - Fernando Gutierrez, Lucas Resende e Fernando Mazoni - é um dos mais instigantes e aplaudidos grupos do gênero.


O roteiro do show é formado por "Percussão?", "Saco de pão", "Limpeza geral (vassouras)", "Baldes latinos", "Maracatu na cozinha", "É preciso meditar - terapia do toque - Scherzo sem instrumentos" , "No canteiro de obras (dance)", "Baião esquete (bola de basquete)", "Jazzcurssão" e, para finalizar, terá uma jam session com o duo de violões Mandrágora.


Noite de encerramento
Ao som do grupo português Ficções, com suas guitarras, alaúde, piano, sax, flauta, contrabaixo e bateria termina na terça-feira, dia 24 de setembro, o 2o Jazz Fest. Ficções foi criado há 14 anos por Rui Luís Pereira, o Dudas, que buscava "uma estética musical própria, fruto do prazer da composição, aliada à liberdade criativa da improvisação", como ele mesmo define. Esse é o lema que continua definindo os caminhos do conjunto, dono de uma musicalidade refinada.


As composições são de Dudas, que se orgulha das influências sonoras vindas de heranças diversas. Tem uma puxada árabe, um pouco de celta, temperos africanos (por onde também passa alguma coisa brasileira), e seria impossível negar essas ancestralidades culturais. Ficções está vindo pela primeira vez a Curitiba, mas já se apresentou no Brasil. O quinteto é um nome conceituado do jazz em Portugal, com centenas de concertos realizados pelo país e participações em festivais internacionais como o Grenoble Jazz Festival, International Jazz Festival of Macau, Encontros com Portugal, Festival Internacional Maré de Agosto, entre outros.



Serviço:
3o Festival de Música de Câmera de Curitiba/2o Jazz Fest

Local: Teatro HSBC
Endereço: Av. Luiz Xavier, 11 - Centro
Horário: 20h
Ingressos: R$ 1,00
Informações: (41) 321-6528


Data: 23 de setembro, segunda-feira
Concerto do Duo Mandrágora (violões) e o grupo Percussão?

Data: 24 de setembro, terça-feira
Grupo Ficções (Portugal)


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