O encontro das correntes oceânicas Oyashio (do tipo fria) e Kuroshio (quente) provoca uma abundância de peixes no Japão. Mas, na cabeça da atriz e dramaturga Fernanda Fuchs, o encontro das águas gerou "Corrente Fria, Corrente Quente", uma história premiada em 2013 com o terceiro lugar no Concurso de Contos Bunkyo, promovido pela Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e Serviço Social em São Paulo. Transformado em monólogo teatral, com atuação de Fernanda e direção de Hermison Nogueira e Franco Fuchs, o espetáculo estreia na mostra Fringe do Festival de Curitiba. Com entrada gratuita, as apresentações acontecem na Casa Hoffmann, no Largo da Ordem, no dia 29 de março, às 17 horas, e no dia 30, às 19 horas.
Em "Corrente Fria, Corrente Quente", uma menina de Okinawa (província localizada no Sul do Japão) fala sobre o desaparecimento do pai, que saiu para pescar em alto-mar e nunca mais voltou. Para além do trauma, a montagem busca transmitir impressões sobre como era o cotidiano da garota. O peso da rotina e do trabalho ligado à pesca é evocado indiretamente, através da manipulação de sacos de juta, oriundos do Mercado Municipal de São Paulo. Os sacos são usados como adereços, objetos de cena e cenário, que criam um universo de sonho onde a história se desenrola, sempre a poucos metros do público.
Nascida em Paranaguá e criada em Curitiba, a atriz e dramaturga Fernanda Fuchs, 22 anos, nunca foi ao Japão. Sua peça foi criada então a partir do seu imaginário sobre a "terra do sol nascente" e com pesquisas sobre a geografia do Japão – em especial, sobre as correntes marítimas (Oyashio, Kuroshio) que afetam a pesca no país –, e sobre elementos culturais, como a gravura "A Grande Onda de Kanagawa". "Nas pesquisas, me chamou a atenção a força das correntes marítimas, assim como dos terremotos e tsunamis no Japão, desastres que parecem ser encarados com naturalidade pela população", conta Fernanda.
Serviço:
Local: Casa Hoffmann, no Largo da Ordem, em Curitiba.
Data: 29 de março, às 17 horas, e no dia 30, às 19 horas.