Um mergulho na classe dominante nacional, dilatada através da vida de dois casais que são, de uma forma de outra, herdeiros do país, que vêm passando de pai para filho desde o descobrimento, é a tônica da peça "Capitanias Hereditárias", apresentada nesta sexta, sábado e domingo, no Teatro Marista, em Londrina.
Com texto e direção de Miguel Falabella, a peça faz uma crônica bem-humorada dos descaminhos das civilizações, que muitas vezes criam situações patéticas. Diante da pequenez da nossa existência e dos sentimentos de indignação face ao mundo que nos oprime, "Capitanias Hereditárias" apresenta o riso como o "irmão da esperança" e um instrumento de reflexão do entendimento de que, na verdade, essas Capitanias não são obrigatoriamente hereditárias e que a sociedade, na sua grande maioria, não se mobiliza com o declínio econômico de boa parte da população.
Com grande elenco, a história se passa no apartamento do banqueiro Edgar (José Wilker), que está sendo esperado por sua mulher Maria Olga (Guilhermina Guinle), seu assessor Dr. Alcyr (Ney Latorraca) e Stella (Natália do Vale), uma amiga da família, após ter sido detido para esclarecer seu envolvimento com transações financeiras nada ortodoxas.
Diante da forte possibilidade dele acabar preso, o grupo recorre até a um padre, vivido pelo ator Edi Botelho, que oferece a ajuda divina, mas também alavanca sua imagem junto a mídia que está dando ampla cobertura sobre o escândalo.
Inusitadamente, a solução parte da empregada da família, interpretada por Bia Nunes, quando o seu filho, recém saído da prisão, resgata o grupo com destino a um paraíso fiscal.
Serviço:
"Capitanias Hereditárias"
Espetáculo cênico estrelado por José Wilker, Ney Latorraca e Natália do Vale, com texto de Miguel Falabella
Data: de 17 a 19 de outubro (sexta, sábado e domingo)
Local: Teatro Marista
Horário: sexta e sábado às 21h; domingo às 18h
Ingresso: R$ 40, R$ 30 (com bônus da Folha de Londrina) e R$ 20 (estudantes e aposentados)
Posto de Venda: Royal Plaza Shopping