Tendo como madrinha uma Sofia Loren pré-septuagenária, mas com certeza candidata vitoriosa a símbolo sexual globalizado da terceira idade, uma Gwyneth Paltrow sempre bela e distante em sua longilínea e mortal palidez, uma contentíssima Salma Hayek - atriz do filme inaugural - e uma elegante, irretocável e discreta Gong Li, presidente do júri oficial, a 59ª Mostra Internazionale d'Arte Cinematográfica foi oficialmente aberta ontem na Sala Grande do Palazzo del Cinema, localizada a 50 metros do Mar Adriático, na ilha do Lido de Veneza, com transmissão da RaiSat Cinema para toda a Europa.
É a primeira edição sob o atual governo do empresário Silvio Berlusconi e sob a primeira sob o comando do novo diretor, o alemão Moritz de Hadeln, e não deixa de ser uma vitória da direita contra a histórica hegemonia cultural comunista - a rigor aqui representada invariavelmente pela ''intelligentzia'' da democracia cristã.
Mas por ironia, politicamente a competição principal, ''Venezia 59'', foi inaugurada por uma produção hollywoodiana (outro paradoxo) que narra vida e obra de uma desassombrada comunista, a pintora mexicana Frida Kahlo, mulher de outro notável homem de esquerda, o muralista Diego Rivera, amante de muitos (as), entre eles o líder russo Leon Trotski, exilado comunista no México.
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