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Um sopro de modernidade na abertura do Filo

09 mai 2003 às 12:00

O espetáculo que dá início ao 36º Festival Internacional de Londrina (Filo) 2003 nesta sexta-feira, no Cine-Teatro Ouro Verde, traz para o palco uma leitura coreográfica da origem da vida.

''O Segundo Sopro'', montagem do Balé Teatro Guaíra, de Curitiba, traduz a aurora do mundo na linguagem dos movimentos humanos.


Há 14 anos um grupo paranaense não era o responsável pela abertura do Filo.


Desde que adquiriu caráter internacional, em 1988, o festival teve somente um grupo do Paraná a abrir o evento em duas edições: o Proteu, de Londrina, que apresentou ''ZYDrina'' (88) e ''Tempo de Loucos e Bufões'' (89), ambos sob direção de Nitis Jacon.


''O Segundo Sopro'' também inaugura a participação do Balé Teatro Guaíra em apresentações pelo Estado, como uma das ações do Projeto Paranização, desenvolvido pelo Centro Cultural Teatro Guaíra.


De acordo com Nitis Jacon, diretora artística do Filo e diretora-presidente do Teatro Guaíra, o Festival de Londrina se tornou um dos núcleos desse projeto.


Concebida por Roseli Rodrigues, a montagem que será mostrada nesta sexta-feira em Londrina estreou em 1999, num momento que marcou a renovação do Balé Teatro Guaíra.


A primeira experiência da coreógrafa paulista com a companhia paranaense surpreendeu, segundo a crítica, pela criatividade, sensibilidade e qualidade.


Um dos principais nomes da dança no País, Roseli Rodrigues é coreógrafa e diretora da Raça Cia. de Dança de São Paulo desde a década de 80.


A coreógrafa concebeu ''O Segundo Sopro'' como um balé místico. Inspirado nos sentidos de elementos como vento, pedra e água e nas variações das quatro estações, o espetáculo revela o mistério da criação em formas, gestos e expressões.


Na simbologia da origem do mundo, o segundo sopro é a representação da água o oposto e o complemento do ar e o princípio da vida.


A coreografia é dividida em nove cenas: ''Aurora'', ''O Segundo Sopro'', ''Corpus'', ''A Partilha'', ''Tetraktys'', ''Uno'', ''O Retorno'', ''Aurora II'' e ''Harmonia''.


Um dos momentos marcantes desse espetáculo é a dança sob uma cortina de chuva artificial, que forma um espelho d'água sobre o palco nos minutos finais do espetáculo.


A trilha sonora foi composta especialmente pelo maestro Fábio Cardia, que trabalhou na concepção os elementos ar, fogo, terra e água.


Criado em 1969, o Balé Teatro Guaíra vem se firmando como uma das mais importantes companhias oficiais de dança do País.


Sob direção de Suzana Braga, ex-bailarina e crítica de dança, a companhia passou por um processo importante de revitalização no final dos anos 90. O último trabalho do Balé Guaíra foi a releitura de ''O Grande Circo Místico'', em junho de 2002.

FICHA TÉCNICA:
''O Segundo Sopro'', com o Balé do Teatro Guaíra (BTG)
Coreografia: Roseli Rodrigues. Trilha Sonora: Fábio Cardia. Cenotécnica e efeitos: Ireneu Salvador. Iluminação: Paulo César Medeiros. Direção do BTG: Suzana Braga.


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