No dia 31 de maio, às sete da noite, uma nova rede de televisão terá suas imagens cortando os ares, através de transmissão via satélite. Vem aí o Canal Paraná voltado ao segmento das TVs Educativas no Estado. O primeiro programa será um telejornal que fará a cobertura do ato de inauguração. Diversas autoridades estarão presentes à sessão solene de assinatura da carta de criação da rede, entre elas os 22 diretores das emissoras educativas que comporão o quadro.
A Rede Canal Paraná terá como proposta ser uma alternativa no cenário televisivo, dando um caráter mais regional e com uma qualidade diferenciada daquilo que é oferecido pelos canais abertos. "Todas as outras emissoras têm uma visão comercial, tratam os programas como produto. Para nós a programação terá um cunho de educação e cultura", afirma o diretor-presidente da TV Educativa do Paraná, José de Melo. A TVE curitibana será cabeça-de-rede.
Para a implantação da rede serão consumidos entre R$ 750 mil e R$ 1 milhão em equipamentos, graças a um convênio firmado entre a Secretaria de Estado da Cultura e a Secretaria de Comunicação Social do Palácio Iguaçu.
Apesar de destinado a cobrir com suas imagens o território estadual, o Canal Paraná terá alcance de imagens muito maior do que o mero âmbito estadual, devido à projeção do satélite. No Brasil, há 9 milhões e 800 mil antenas parabólicas. Portanto, as famílias que possuem essas antenas poderão sintonizar automaticamente a programação da nova rede.
Com o seu surgimento também as Rádios Educativas AM/FM ganharão uma amplidão que era impossível de ser imaginada. O som das duas emissoras estará no mesmo canal de satélite direcionado para todo o Estado. "As rádios do interior interessadas nas nossas programações podem entrar em contato com a gente", explica Melo.
As melhorias anunciadas acontecerão com as mudanças de endereço da televisão e das rádios para o Canal da Música, situado no bairro das Mercês, região alta de Curitiba. Finalmente o prédio criado para esse fim, pelo governador Jaime Lerner, consegue materializar seu intento. A princípio a televisão ficará dividida entre o Canal da Música e o velho imóvel no Alto de São Francisco. Os estúdios e seus respectivos cenários, só mudarão dentro de um mês. Já as duas rádios serão transferidas integralmente.
Afirma José de Melo que a mudança não será apenas física, mas envolve progressos técnicos que trará uma abertura muito maior na produção dos programas televisivos. O público poderá atestar a melhoria significativa na imagem da TV que até hoje perde feio para a Rede Cultura. A questão é técnica: "Estamos transmitindo o sinal ainda por sistema de link, mas lá no Canal a transmissão será através de fibra ótica", diz o presidente da rede.
Assim como a televisão, também as Rádios Educativas FM e AM terão poder de abrangência, com uma qualidade ainda não experimentada. O sistema de transmissão de som ao deixar o velho sistema de torre pelo de fibra ótica, automaticamente ganhará em nitidez: "Isso vai evitar que se tenha ruído no sinal".
As limitações que sempre cercaram a Rádio Educativa podem ser aferidas pela desproporção entre o altíssimo conceito que goza a FM 97.1 de seus ouvintes, e a sofrível potência das ondas sonoras que não ultrapassam o raio de 200 quilômetros. "Agora, com o nosso sinal no satélite, qualquer emissora do Estado vai poder entrar em cadeia com a gente e retransmitir a nossa programação", exulta o diretor-presidente da TVE.
Toda a grade de programação estará disponível às emissoras do interior. A Educativa FM 97.1 conta com 52 programas e a AM com 24 programas, incluindo noticiários. Como no momento a atenção está voltada quase exclusivamente à implantação da rede de TV, os contatos visando a malha radiofônica ficará para uma segunda fase. Porém, isso não impede que as direções das rádios analisem as programações diferenciadas que já estão sendo oferecidas, frisa Melo.