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Paulinho da Viola é um cronista que anota em caderninhos da alma aquilo que presencia em silêncio. Na erudição poética e musical, desenha o mundo dos homens comuns. Foi justamente por esse perfil que a cantora Selma Baptista se apaixonou há questão de um ano e meio e, com a ajuda do amigo Cesar Fonseca, foi se abastecendo mais e mais do compositor carioca. Assim, totalmente entregue, ela ocupa nesta sexta e sábado o palco do Teatro do Paiol para apresentar "Vela no Breu", um espetáculo feito unicamente com as canções de Paulinho.
Conhecida e incensada pelos amantes do jazz, Selma Baptista – que traz no currículo convite de Luiz Chaves, contrabaixista do Zimbo Trio, para cantar no Crowne Plaza Hotel, em São Paulo – confessa que se converteu à música brasileira, numa volta às raízes. Paulinho da Viola é o mágico condutor.
"Eu o conhecia como a maior parte das pessoas o conhece – o compositor do samba exaltação, do pagode mais autêntico do Rio. Mas quando me apaixonei por 'Vela no Breu', comecei a investigar e a descobrir as canções de Paulinho. Fiquei mais de um ano ouvindo essas coisas. Aí resolvi fazer o show. Tem samba também, mas basicamente ele retoma choros e canções, com uma lírica, uma melodia mais sofisticada".
O repertório e o desafio da interpretação foram preponderantes no jogo da sedução. "Todo mundo pensa que é fácil cantar Paulinho. Não é. A música dele é feita para instrumento: a voz tem que ir lá no alto, ir para baixo, trabalhar nas regiões médias. É uma escala". Ao mesmo tempo em que há todo esse exercício, também tem a malemolência. "Estou descobrindo isso e fico cada vez mais maravilhada", confessa.
"Vela no Breu" tem como concepção ser um antídoto aos difíceis dias de nosso tempo. "Queremos mostrar que apesar do desencanto, a música de Paulinho é um convite a superar isso, a esperar o sol nascer", explica a cantora. Começa com uma espécie de ode à luz,"‘Cantoria", depois atravessa a fase de solidão e avança para o final. Termina com "Quem Sabe" (letra de Elton Medeiros): "Quem sabe eu encontre/ pela madrugada/ uma esperança vaga/ nos olhos de alguém/ que também despertou/ de um sonho igual ao meu".
Doutora em Antropologia, Selma tem na ciência e na música seus pilares da vida. Para ela Antropologia não é ciência: "É o olhar, o modo de ver as coisas. É uma coisa que está entranhada na minha alma", sublinha. A música existe nela com a mesma intensidade, porém, sem lhe trazer ânsias de fama e sucesso. "Não preciso do sucesso; eu preciso mesmo é ter a minha alma inspirada, comprometida, renovada, arejada".
Vela no Breu – Show com Selma Baptista cantando Paulinho da Viola. Arranjos de João Egashira (violão), com Boldrini (contrabaixo acústico), Cláudio Menandro (cavaco e bandolim), Cariline Lohmannn (flauta), Leandro Teixeira (percussão), Ricardo Rosinha (percussão). Sexta e sábado, às 21 horas, no Teatro do Paiol. Ingressos: R$ 10,00 e R$ 5,00 (estudantes e pessoas maiores de 65 anos).
Conhecida e incensada pelos amantes do jazz, Selma Baptista – que traz no currículo convite de Luiz Chaves, contrabaixista do Zimbo Trio, para cantar no Crowne Plaza Hotel, em São Paulo – confessa que se converteu à música brasileira, numa volta às raízes. Paulinho da Viola é o mágico condutor.
"Eu o conhecia como a maior parte das pessoas o conhece – o compositor do samba exaltação, do pagode mais autêntico do Rio. Mas quando me apaixonei por 'Vela no Breu', comecei a investigar e a descobrir as canções de Paulinho. Fiquei mais de um ano ouvindo essas coisas. Aí resolvi fazer o show. Tem samba também, mas basicamente ele retoma choros e canções, com uma lírica, uma melodia mais sofisticada".
O repertório e o desafio da interpretação foram preponderantes no jogo da sedução. "Todo mundo pensa que é fácil cantar Paulinho. Não é. A música dele é feita para instrumento: a voz tem que ir lá no alto, ir para baixo, trabalhar nas regiões médias. É uma escala". Ao mesmo tempo em que há todo esse exercício, também tem a malemolência. "Estou descobrindo isso e fico cada vez mais maravilhada", confessa.
"Vela no Breu" tem como concepção ser um antídoto aos difíceis dias de nosso tempo. "Queremos mostrar que apesar do desencanto, a música de Paulinho é um convite a superar isso, a esperar o sol nascer", explica a cantora. Começa com uma espécie de ode à luz,"‘Cantoria", depois atravessa a fase de solidão e avança para o final. Termina com "Quem Sabe" (letra de Elton Medeiros): "Quem sabe eu encontre/ pela madrugada/ uma esperança vaga/ nos olhos de alguém/ que também despertou/ de um sonho igual ao meu".
Doutora em Antropologia, Selma tem na ciência e na música seus pilares da vida. Para ela Antropologia não é ciência: "É o olhar, o modo de ver as coisas. É uma coisa que está entranhada na minha alma", sublinha. A música existe nela com a mesma intensidade, porém, sem lhe trazer ânsias de fama e sucesso. "Não preciso do sucesso; eu preciso mesmo é ter a minha alma inspirada, comprometida, renovada, arejada".
Vela no Breu – Show com Selma Baptista cantando Paulinho da Viola. Arranjos de João Egashira (violão), com Boldrini (contrabaixo acústico), Cláudio Menandro (cavaco e bandolim), Cariline Lohmannn (flauta), Leandro Teixeira (percussão), Ricardo Rosinha (percussão). Sexta e sábado, às 21 horas, no Teatro do Paiol. Ingressos: R$ 10,00 e R$ 5,00 (estudantes e pessoas maiores de 65 anos).