Nas prateleiras de um supermercado, o Vidro, o Metal, o Papel e o Plástico conversam sobre estética, sociedade de consumo e vida após a reciclagem. É sob o ponto de vista das próprias embalagens que "A Revolta do Lixo" discute não apenas o caráter ecológico, mas a relevância econômica do processo de reciclagem do lixo.
Esta ficção bem humorada escrita por Marlene Miranda e dirigida por Hieronymus Parth fica em cartaz de 22 a 30 de abril, no palco do Teatro José Maria Santos, trazendo no elenco Simone Magalhães, Wellington da Silva, Luciano Souza Lima e Judite Fioreze, que se revezam no palco, manipulando os bonecos de vara e interpretando as próprias personagens-embalagens. Com destaque para o Bicho do Lixo, que em pé assume três metros de altura, feito com material reciclado.
A proposta de despertar a consciência não só das crianças como de toda a família, no momento de se desfazerem do lixo doméstico, é encenada através de uma técnica que aproxima a linguagem cinematográfica à teatral. Com um extenso currículo na área de animação, o diretor de cinema e de teatro Hieronymus Parth, utilizou miniaturas das embalagens na forma de bonecos de vara que num segundo momento são incorporados pelos atores. "É uma maneira de brincar com os planos do cinema, mesmo porque as crianças de hoje já nasceram numa cultura televisiva", comenta Parth.
Assim como os bonecos e o colorido figurino assinado por Cristina Conde, a trilha sonora foi cuidadosamente concebida entre Marlene Miranda, na composição das letras, sendo duas em parceria com o músico Satranga de Lima (atualmente em turnê na França) e com reconhecido maestro Waltel Branco, responsável pela maioria das melodias e arranjos do espetáculo. O resultado são oito canções satíricas, instrutivas e animadas, viajando por várias tendências sonoras como rap, rock, jazz, reggae e até techno, que embalam as coreografias criadas pelo bailarino Ailton Galvão.
É importante frisar que "A Revolta do Lixo" não é uma peça restrita ao público infantil, mas interessante a qualquer idade. "A intenção é gerar o questionamento sobre a nossa responsabilidade nesta questão e o que estamos fazendo com o meio-ambiente. O catador de lixo que é muitas vezes discriminado pela sociedade, mas é, na verdade, o agente fundamental no processo de reciclagem, por isso deve ser valorizado. É ele é quem assume o papel de herói da história", explica Marlene.
Serviço:
A Revolta do Lixo
Data: de 22 a 30 de abril
Horário: às 10h e às 15h
Local: Teatro José Maria Santos
Endereço: Rua 13 de maio, 655 - Centro
Ingressos: R$ 5 e R$ 3 (idosos e classe artística)
Telefone: (41) 9107-5402