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Peça de teatro convida espectador a ver o mundo com out

11 jun 2003 às 11:59

"Eu tinha um aquário com peixes vermelhos e dentro da gaiola tinha um passarinho, uma cotovia incrível! E eu não sei bem o que me deu, porque não é que eu acabei botando os peixinhos vermelhos na gaiola e o passarinho dentro do aquário!''. É de se imaginar tal situação... E se estivéssemos pensando em seres humanos?

É esse paralelo que o espetáculo ''Cabaré Amalgama'' traça para falar das possibilidades de ver o mundo de outra maneira.


Protagonizada pelas atrizes Carla Dyacov e Camila Fontes, com participação especial de Maísa Matos, a montagem estréia nesta quarta-feira em Londrina, com direção de Rafael Camargo. '


'Cabaré Amalgama'' fica em temporada de sexta-feira a domingo, até o dia 27 de julho, no TOU, em Londrina.


O projeto, intitulado CAB, foi aprovado pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura de 2002 e obteve prorrogação de prazo para ser executado este ano.


Partindo da idéia de criar um trabalho ambientado em um cabaré, Camila Fontes e Carla Dyacov apresentaram a proposta ao diretor Rafael Camargo.


O caráter alternativo do trabalho de pesquisa foi a senha para fechar a parceria. Há quatro meses eles preparam o espetáculo.


Inspirado na obra do cômico alemão Karl Valentin (1882-1948), além de textos de Dorothy Parker, Clarice Lispector, Julio Cortazar e Emily Dickinson, ''Cabaré Amalgama'' trata da riqueza humana e da falta de tolerância, de comunicação e empatia entre as pessoas.


''A aproximação entre os seres humanos está cada vez mais complicada. Se as pessoas assumissem o que são... Ninguém está acostumado a quebrar convenções'', aponta Rafael Camargo.


''Existe um padrão de que você só está feliz quando é parecido com os outros, quando é aceito. Só se realiza quando o espelho sorri para você. Existe aí a falta de olhar em busca do entendimento, do outro, da coragem de mudar, de cultivar a estranheza''.


Trabalhando a idéia de um aquário como metáfora do Planeta, a peça traz para a cena a possibilidade de mudança diante do novo.


''Experimentamos e buscamos contrastar mundos diferentes, ritmos, temperaturas, cores e possibilidades humanas, para falar da mudança repentina de estado de espírito e dessas possibilidades. É disso que tratamos no espetáculo'', antecipa o diretor.

Leia mais na edição desta quarta-feira da Folha de Londrina


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