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Lançamento de filme é adiado para proteger atores mirins

05 out 2007 às 19:31

O estúdio responsável pela distribuição do filme "O Caçador de Pipas", uma história de traição infantil, abuso sexual e tensões étnicas no Afeganistão, está atrasando o lançamento para poder levar os três atores mirins para fora de Cabul – talvez permanentemente – devido a temores de que eles possam ser atacados pela atuação de uma culturalmente polêmica cena de estupro.

Executivos da distribuidora, a Paramount Vantage, estão lutando com assuntos originados da crescente falta de lei em Cabul desde o ano que os meninos foram escalados. Os meninos e seus parentes agora estão acusando os produtores do filme de maus tratos e avisos foram dados ao estúdio de oficiais afegãos e americanos de que o filme pode agravar inimizades entre a tribo dominante política pashtun e os oprimidos hazara.


Em uma tentativa de evitar não somente um desastre de relações públicas, mas possível violência, advogados do estúdio e chefes de marketing arrumaram um lugar seguro para os meninos e seus familiares nos Emirados Árabes Unidos. "Se estamos sendo super cautelosos, tudo bem", disse Karen Magid, advogada da Paramount. "Estamos em território desconhecido".


"O Caçador de Pipas", como o romance best-seller de 2003 escrito por Khaled Hosseini no qual o filme é baseado, passa por três décadas de conflitos, desde antes da invasão soviética até a ascensão do Taleban. No centro, está a amizade entre Amir, um rico menino pashtun, e Hassan, o filho hazara do empregado do pai de Amir. Em uma cena importante, Hassan é estuprado em um beco por um ameaçador pashtun. Depois Sohrab, outro menino hazara, é abusado por um oficial do Taleban.


Em janeiro no Afeganistão, DVDs do filme "Kabul Express" – um filme indiano em que uma personagem insulta um hazara – levaram a protestos, denúncias no governo e pedidos para a execução do ator que realizou os insultos no filme, que teve que fugir do país. Talvez não coincidentemente, o ator do "Caçador de Pipas" que interpreta Hassan, Ahmad Khan Mahmoodzada, 12 anos, disse para jornalistas na época que temia por sua vida porque seus companheiros hazara podiam se sentir humilhados pela cena de estupro.

No domingo (01), Rich Klein, especialista do Oriente Médio na firma de consultoria Kissinger McLarty Associates, foi para os Emirados Árabes Unidos para arrumar vistos, moradia e escolas para jovens atores e empregos para seus guardiões. (Os EUA não são uma opção, ele disse, porque afegãos não se qualificam para o status de refugiados). Os envolvidos dizem que o estúdio não quer que tirem vantagem, mas que pode aceitar responsabilidade pelos custos de vida dos meninos até que eles cheguem à idade adulta, um custo que pode chegar a mais de US$ 500 mil.


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