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Interferências artísticas

04 jun 2001 às 11:18

Dezessete artistas plásticos curitibanos estão reunidos numa mostra que será aberta hoje, às 19 horas, no Museu da Gravura Cidade de Curitiba, no Solar do Barão. Em comum, os gravuristas já passaram por todas as técnicas tradicionais e agora buscam novos processos ou maneiras de interferir na gravura.

O curador da exposição, Edilson Viriato, chamou-a de "Gravuras Contaminadas" exatamente por isso. A proposta dos artistas de buscar interferências que acrescentem valores diferenciados aos trabalhos, tornando-os ousados e inovadores, foi denominado por ele de contaminação. "Mas é um vírus bom", brinca o curador.


Tal "contaminação" pode ser conferida, por exemplo, na obra de Marlon de Azambuja, que grava o papel com fósforos. Enquanto isso, o artista plástico Paulo Carapunario utilia o carvão para fazer interferências na Xilogravura; Antônio Temporão faz incisões na tela com ponta-seca; e Ana Knapik apresenta uma instalação cujo suporte foi "contaminado" pelas interferências.


Ao todo, são cerca de 80 obras nas quais os artistas usam e abusam de técnicas variadas, como fotografia, reprodução, xerox, transfer e plotagem. O curador comenta que "interferir, marcar, transformar e repetir são formas de agir dentro da contemporaneidade da Gravura".


Ele afirma que sempre houve interferências nas gravuras e que hoje elas estão apenas sendo mais observadas e percebidas. "Quando se joga tinta numa superfície, ela está contaminando, interferindo com o objetivo de criar uma nova imagem", diz.


Viriato explica, entretanto, que os artistas que expõem na mostra "Gravuras Contaminadas" vão além. "Eles buscam novas interferências, muitas vezes até multimídia, que aproximam as gravuras do público".


As temáticas de suas obras são variadas, indo desde questões sociais até a concepção própria de cada artista para a sua obra. Os tamanhos das gravuras variam de um extremo a outro: algumas têm oito metros de altura e outras apenas dois centímetros.


Fazem parte da mostra os artistas Ana Knapik, André Malinski, Akiko Mileo, Cristine Hette, Cida Lemos, Dani Jacob, Iliane Barcelos, Jamile de Paula, Jacyara Abujamra, Lúcia Sandrini, Malah, Marlon de Azambuja, Marilsa Urban, Antônio Temporâo, Odilon Ratzke, Paulo Carapunario e Sandra Hiromoto.


Todos os artistas participantes da mostra "Gravuras Contaminadas" fazem parte do atelier de artes de Edilson Viriato, que conta ao todo com cerca de 50 profissionais. Um pouco do trabalho desenvolvido no local está sendo atualmente mostrado também no Salão de Arte Contemporânea de Santo André (SP), onde o atelier foi convidado para manter uma Sala Especial.

Serviço: A mostra "Gravuras Contaminadas", com curadoria de Edilson Viriato, será aberta hoje, às 19 horas, no Museu da Gravura do Solar do Barão (Rua Carlos Cavalcanti, 533). A exposição poderá ser vista até o dia 5 de julho, de segunda a sexta, das 9 às 18 horas, e aos sábados, domingos e feriados, das 12 às 18 horas.


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