Oficialmente é a edição de número 59, mas na verdade são 70 anos de história do festival, o que o consagra como indiscutível decano entre as mais importantes mostras internacionais de cinema.
Cannes pode deter hoje a supremacia como evento precursor e/ou seguidor das transformações globalizantes que chegaram também à arte cinematográfica, mas Veneza deu a largada, acenando e pontificando de início com o brilho intelectual, o charme mundano e mais tarde, claro, com as inesgotáveis possibilidades de adequar o evento à poderosa indústria do turismo, na Europa economicamente muito mais poderosa do que a produção de filmes de qualquer país.
Não é acidental, portanto, a escolha do filme para a cerimônia de abertura da 59 Mostra Internazionale d'Arte Cinematografica, hoje à noite no Palazzo del Cinema, na ilha do Lido. Em competição, o longa ''Frida'' é uma realização que a princípio se insere naquela conturbada dualidade arte-indústria.
Se o argumento seduz crítica e público em busca de reflexão e papo-cabeça - é a cinebiografia da controvertida pintora surrealista mexicana Frida Kahlo -, por outro lado a produção hollywoodiana, com as potenciais concessões que se conhece, deve garantir para este início de festa aquele tempero mundano que favorece manchetes e garante a tietagem.
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