Depois de passar pelo Palácio das Artes e Museu da Pampulha, em Belo Horizonte, a exposição em comemoração aos 100 anos de Oscar Niemeyer chega a Curitiba, no museu que leva seu nome. "Depois de iniciar o Projeto Oscar Niemeyer: Arquiteto, Brasileiro, Cidadão em Belo Horizonte, berço de nossa arquitetura moderna, concretizada nas edificações do Conjunto da Pampulha, projeto criado no arroubo de sua juventude, esta exposição segue para uma das mais notórias obras da fase madura do arquiteto: o Museu Oscar Niemeyer em Curitiba", afirma o curador Marcus Lontra.
O Museu Oscar Niemeyer abre a exposição, para jornalistas e convidados, nesta quarta-feira (10), às 19h. O público poderá visitar a mostra entre 11 de outubro e 2 de dezembro. Realizada em parceria com o Instituto de Arquitetos do Brasil e com patrocínio da Copel, a exposição conta com o empenho do próprio arquiteto.
Organizada em dois módulos, a mostra concentra em um deles os aspectos poéticos da obra de Oscar Niemeyer, os fragmentos mais representativos de sua produção arquitetônica, expandidos, em formato tridimensional. Nas maquetes em grande escala destacam-se as curvas do MAC-Niterói, do Edifício Copan, as colunas do Museu de Arte da Pampulha, do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional. Completa o segmento o diálogo dessa produção com as de artistas plásticos brasileiros, como Bruno Giorgi, Alfredo Ceschiatti, Portinari, Athos Bulcão, Franz Weissmann, Tomie Ohtake e José Pedrosa.
No segundo módulo, a exposição ganha tom mais documental e histórico. Por meio de textos, fotografias, desenhos, maquetes e ampliações fotográficas, estão reunidas as principais fases da arquitetura de Niemeyer. Na primeira, Pampulha: o Berço da Arquitetura Moderna Brasileira (1940 a 1943), está o início do trabalho de Oscar Niemeyer, que sublinha também o início de uma identidade brasileira. A segunda fase, Forma Livre e Organicidade (1943 a 1953), é marcada pela combinação da liberdade formal com técnicas de engenharia e cálculo de materiais, com destaque para o concreto armado (Ibirapuera, Casa das Canoas).
Na terceira fase, Brasília Modernidade, Magia e Eternidade (1953 a 1965) evidencia-se, conforme afirma o curador, "o desejo de Niemeyer em explorar uma realidade paralela, oculta, tal qual nosso subconsciente" (Eixo Monumental de Brasília). Em Vivendo os Anos de Chumbo no Exterior e a Caminho de uma Arquitetura Social (1965-1989), a quarta fase, revela-se o período de exílio do arquiteto, logo após a construção de Brasília, quando se intensifica em sua obra a finalidade política, social e pública, além do apuro técnico pelo contato com a história e a arquitetura da antiguidade (sede do Partido Comunista em Paris, A Mesquita e a Universidade de Constantine em Argel).
Para finalizar este módulo, O Museu Pessoal e o Museu do Homem (1989 até hoje) demonstra a fase do pleno domínio de seu próprio vocabulário nos projetos desenvolvidos para espaços culturais e públicos, culminando com o recente projeto para o Centro Administrativo de Minas Gerais (Memorial da América Latina, em São Paulo, Mac-Niterói, Museu Oscar Niemeyer em Curitiba, Teatro do Ibirapuera em São Paulo, Museu Nacional do Conjunto Cultural da República em Brasília).
Oscar Niemeyer: Arquiteto Brasileiro Cidadão
Abertura para o público: 11 de outubro
Período de exibição: até 2 de dezembro 2007
Patrocínio: Copel
Apoios: Governo do Paraná, Ministério da Cultura e Caixa Econômica Federal
Onde: Museu Oscar Niemeyer
Endereço: Rua Marechal Hermes 999, Centro Cívico
Telefone: 41 3350 4400
Horário: de terça a domingo, das 10h às 18h
Preços: R$ 4,00 adultos e R$ 2,00 estudantes
(Não pagam ingresso crianças de até 12 anos, maiores de 60 anos e grupos agendados de estudantes de escolas públicas, do ensino médio e fundamental)