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Décadas de boa música

10 jan 2002 às 17:28

Neste ano a Oficina de Música de Curitiba completa duas décadas de existência, chegando à sua 20ª edição. Seu início ocorreu em 1983, e desde então passou a ser realizada ininterruptamente pela Fundação Cultural de Curitiba. Apesar de toda esta estrada, o evento ainda é pouco conhecido do público geral da cidade, sendo mais popular entre a classe dos músicos. Uma pena, pois a Oficina está entre um dos mais importantes eventos musicais do Brasil, recebendo a presença de músicos requisitados internacionalmente. Todos os dias, estes profissinais ministram oficinas de música. Boa parte deles aproveitam a visita a Curitiba e se apresentam no Festival de Concertos, realizado gratuitamente no Canal da Música e em outros espaços ocupados pelo festival.

Com a intenção de estabelecer diálogo entre a música e outras áreas artísticas, tecnologia, corpo e as raízes brasileiras, a OMC realiza atividades musicais de alto nível na área artístico-pedagógica. Neste ano, estão sendo ofertadas 2 mil vagas em 115 cursos - sendo 65 voltados à música erudita e 50 à MPB e rock. Para ministrá-los, foram selecinados quase cem professores de mais de 15 países, entre eles Suíça, Itália, Israel, Argentina e Brasil. Estudantes de norte a sul do Brasil e de países vizinhos comparecem ao evento.


Do erudito ao popular
Duas fases compreendem a OMC: a primeira é a etapa erudita, ocorrida de 06 a 16 de janeiro e dirigida pelo músico Alex Klein. Em seguida, tem início a etapa MPB, de 17 a 26 de janeiro, com direção de Sérgio Albach. Os nomes são meramente genéricos, pois cada etapa abrange diversos estilos musicais. A erudita compreende também música antiga, medieval e barroca, enquanto na MPB também está presente o rock, timidamente representado com apenas dois cursos.


Entre os destaque deste ano, uma oficina que chama a atenção é "Composição de Música para Imagens e Uso da Tecnologia na Produção Musical", direcionada para quem quer criar trilhas sonoras para cinema e TV. O professor é o pianista e tecladista italiano Giovanni Luisi, que já foi aluno de Ennio Morricone (compositor de trilhas de faroestes antigos e de filmes recentes como "Lolita" e "Twister"). A música brasileira de raíz também é novidade. O músico Hélder Vasconcelos, do grupo pernambucano Mestre Ambrósio, dá oficina de cavalo-marinho (uma variação do bumba-meu-boi). O talentoso violeiro paranaense Rogério Gulin ensina viola caipira e o Grupo Mundaréu promove a Oficina do Boi, que construirá um alto de bumba-meu-boi.


Reconhecimento internacional
Pode-se conferir o respeito que o evento conquistou fora da capital paranaense pelas participações internacionais. Entre os nomes, estão o Theatro Municipal de São Paulo (Brasil), Chicago Symphony Orchetra (EUA) e Schola Cantorum Basilienis (Suíça). Profissionais da área que acompanham o desempenho da OMC há anos fazem parte destas instituições, dando seu aval e elevando o evento a nível internacional.


Alex Klein, responsável pela direção artística da fase de música erudita da 20ª Oficina, é um músico que também conquistou reconhecimento no exterior. É considerado o melhor oboísta (tocador de oboé, instrumento de sopro) da atualidade. Mas seu maior prêmio ainda pode estar por vir. No dia 06 de janeiro, Klein recebeu a notícia de que está concorrendo ao Grammy de melhor solista internacional. Só a indicação já é um feito e tanto para este curitibano que atualmente reside em Nova Iorque e é o primeiro oboísta da Chicago Symphony Orchestra. O público participante terá a oportunidade de vê-lo tocando oboé no concerto do dia 11 de janeiro, no Canal da Música, às 21h.

>>>> Confira os endereços e a programação completa


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