Entidades e parlamentares da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, que coordena a campanha "Quem financia a baixaria é contra a cidadania", estudam formas de premiar programas de televisão que estão fora da lista do ranking dos campeões de denúncias contra o sexo e a violência.
Desde que foi criada, há quase um ano, a campanha já recebeu cerca de 2.500 denúncias e divulgou listas identificando os programas mais denunciados, entre eles os do Ratinho (SBT), Gugu (SBT) e João Cléber (21).
Uma nova fase da campanha pode ser iniciada a partir de agora com a premiação dos programas que não recebem denúncias. A idéia reuniu hoje, em videoconferência, o coordenador da campanha, deputado Orlando Fantazzini (PT-SP) com representantes de algumas das 40 entidades que participam da iniciativa.
De acordo com o deputado, um dos argumentos para justificar o baixo nível da programação de televisão diz respeito ao índice de audiência.
O parlamentar explicou que o apresentador João Cléber, que recentemente se comprometeu a reformular a linha editorial de seu programa, disse que, depois da mudança, que diminuiu o sensacionalismo do programa, a audiência baixou de 10 para um ponto.
A idéia de se premiar os melhores ainda não é consenso entre as entidades e pode não sair do papel. O Brasil ainda não aprovou lei que estabeleça o Código de Ética da Programação Televisiva. Essa legislação já existe na Europa e nos Estados Unidos. O deputado Orlando Fantazzini é autor de um projeto de lei que institui o código. O objetivo do projeto é normatizar regras que regulem a programação da TV brasileira.