O CSU (Centro Social Urbano) não será mais a sede do Carnaval de Londrina. A festa do Bloco Bafo Quente deverá acontecer no mês de março em um novo local
O Carnaval de Londrina previsto para ocorrer no CSU (Centro Social Urbano) da Vila Portuguesa foi adiado nesta quarta-feira (7). A Kinoarte, proponente do projeto do Carnaval Bloco Bafo Quente, divulgou em sua página no Instagram sobre o adiamento do Carnaval pouco antes das 18h. Na publicação, a Kinoarte afirma que "nem tudo está perdido" e que logo terão novidades e divulgarão uma nova data.
A reportagem do Bonde procurou o coordenador de produção do projeto Bruno Gehring, que confirmou o adiamento e adiantou que na manhã de quinta-feira (8), às 10h, haverá uma coletiva de imprensa com o secretário de Cultura Bernardo Pellegrini e representante do Bloco Bafo Quente.
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O evento estava previsto para começar em 11 de fevereiro, no CSU, que fica na rua Atílio Scudeler, 283, na Vila Portuguesa em Londrina. O samba começaria às 11h com Sol Fá Mi Rir. O Bloco Bafo Quente entraria às 16h para fazer a festa da cidade.
Na noite desta quarta-feira (7), a Prefeitura de Londrina, por meio de sua assessoria, respondeu à reportagem que o evento deverá acontecer em março, mas que não será no CSU. Possivelmente, a festa será no estacionamento do Londrina Norte Shopping. Mais informações deverão ser esclarecidas na manhã desta quinta.
RECOMENDAÇÕES
O Ministério Público do Paraná expediu recomendação administrativa ao Município de Londrina para que sejam adotadas providências de modo a evitar a ocorrência de danos ambientais durante as festividades de Carnaval neste ano.
O documento foi encaminhado na sexta-feira (2) pela 20ª Promotoria de Justiça local. O MP destaca no documento que deve ser conferida especial atenção ao CSU (Centro Social Urbano), conhecido como "buracão" da Vila Portuguesa. O local conta com uma área verde atravessada por córrego e onde estão programadas festas durante os dias 11 e 13 de fevereiro. A finalidade seria de evitar ocorrências semelhantes às observadas no Carnaval do ano passado, quando foram registrados diversos danos ambientais no Jardim Botânico, local que sediou os festejos em 2023.
A promotora explicou que a recomendação sugere à Sema fiscalizar o CSU de forma a tomar medidas mitigadoras e preventivas, de forma a considerar o isolamento da área de preservação permanente do córrego ou mesmo se é aconselhável manter o evento no local – previamente, - o carnaval de rua em Londrina estava previso para o anfiteatro do Zerão, mas a prefeitura decidiu - mudar a festa para o Buracão da Vila Portuguesa. A alteração ocorreu atendendo a pedido do vereador Jairo Tamura (PL), que demonstrou preocupação com a festa popular na área central de Londrina.
A recomendação foi dirigida ao prefeito de Londrina, Marcelo Belinati (PP), aos secretários municipais de Cultura, Bernardo Pellegrini, e do Meio Ambiente, Ronaldo Siena, e aos diretores-presidentes da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização), Marceloz Cortez, e do Codel (Instituto de Desenvolvimento de Londrina), Alex Canziani.
A recomendação administrativa deu um prazo de 48 horas para que as recomendações fossem averiguadas. Na ocasião, segunda-feira (5), o secretário do Meio Ambiente, Ronaldo Siena, disse que os técnicos da pasta estiveram no CSU naquela tarde, mas ainda não tinha tido acesso ao relatório.
A reportagem também procurou a CMTU, que orientou a buscar a Secretaria de Cultura, e o Codel, mas o presidente do instituto não estava. Também tentou contato por telefone com o secretário de Cultura, Bernardo Pellegrini, mas ele não atendeu a ligação e não respondeu o pedido de entrevista feito por aplicativo de mensagens.
PROBLEMAS NO ALVARÁ
Nesta quarta-feira (7), após o MP emitir a recomendação administrativa, o Corpo de Bombeiros informou que o alvará para a apresentação do Bloco do Bafo Quente previa um público de 2 mil pessoas e que uma nova autorização demandaria até cinco dias úteis para ser emitida.
Ainda na manhã desta quarta, o Corpo de Bombeiros informou que o pedido de liberação do evento com o Bloco Bafo Quente, apresentado na segunda-feira, previa público de duas mil pessoas. O pedido não teria problemas em ser atendido porque é um show em espaço aberto, sem cobertura, apenas com um palco e sem delimitação de barreiras para o público.
Porém, para um público maior, de dez a doze mil pessoas, os trâmites são mais complexos porque necessita de um dimensionamento de saída de emergência, rotas de fuga para o público e até a avaliação da necessidade de iluminação de emergência e extintores.
Após a liberação do evento, os bombeiros precisam checar se as medidas recomendadas foram implementadas e, em caso de desrespeito ao número previsto, o próprio Corpo de Bombeiros tem poder de polícia para interditar e multar os responsáveis. “Então, é passível de fiscalização e as posições previstas em lei caso o evento vá além do que está sendo liberado. E, pelos históricos, é provável que pode ter mais gente (que o liberado)”, afirma o Capitão dos Bombeiros Renê Bortolassi.
(Colaboraram Douglas Kuspiosz, Larissa Ayumi Sato e Luís Fernando Wiltemburg, repórteres do Portal Bonde e Folha de Londrina)
(Atualizada às 19h38)
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