José Roberto Totero dirige filmes e escreve roteiros para cinema. Tem uma coluna de esportes na Folha de São Paulo e cinco livros publicados, entre eles "Terra Papagalis" e "Ira - Xadrez, Truco e Outras Guerras". Ele também faz o roteiro do quadro "Retrato Falado", com a atriz Denise Fraga, no programa Fantástico, da Rede Globo. Totero é um mestre para todas as obras e conquista o público com seu bom humor e simplicidade.
O autor multimídia esteve em Londrina, no dia 26 de setembro, participando das comemorações dos 50 anos da Biblioteca Pública, no Teatro Zaqueu de Melo.
Aos 38 anos, Torero é um dos maiores escritores nacionais. Mas ele começou só começou a ficar conhecido do público com a coluna de esportes que assina todas as terças e sextas-feiras no jornal Folha de São Paulo. Santista de nascimento, o colunista não perde uma piada de futebol e não esconde o seu amor pelo time de Pelé.
Prova disto é o livro que escreveu sobre a história do Santos, "Um time dos Céus", em 1998, e o curta-metragem "Uma história de futebol", indicado ao Oscar de melhor curta em 2001. Torero assina o roteiro do filme que conta a história do menino Zuza, que um dia jogou ao lado do futuro Rei do Futebol, Pelé.
Torero diz que a paixão pelo Santos não influencia nos textos sobre futebol que redige duas vezes por semana. "Em geral, eu não fico torcendo contra os outros times. Antes de ser colunista torcia mais", garante.
Em Londrina, Torero respondeu às perguntas do público sobre suas várias frentes de trabalho. O início da apresentação foi marcado pelo curta metragem "Amor’, de 1994. Como a maioria dos seus filmes, que trazem uma boa dose de humor, este longa apresenta as mais variadas manifestações do amor.
Retrato Falado
O quadro Retrato Falado do programa Fantástico recebe perto de 700 histórias por semana. Uma equipe seleciona as melhores e grava os depoimentos. Torero vê os depoimentos já gravados e, com este material, monta o roteiro, coloca as animações, as entrevistas e escolhe as cenas.
"Acho que o fato de valorizar a história de desconhecidos garante o sucesso do programa", afirma. O escritor explica que a produção do programa global é bastante ética quando se trata de evitar a ridicularização das histórias apresentadas. "Quem escreve tem uma história engraçada, mas não podemos "avacalhar" com a situação. Já fizemos uns 80 programas e nunca ninguém reclamou", avalia.
Livros
"Considero a realidade como ponto de partida para a ficção. Também considero a realidade um pouco ficção. Não me proponho a contar como é a realidade, para isso existem os livros de história que contam isso melhor do que eu". Assim ele define a sua produção literária.
Para o autor, as pessoas têm sede de narrativas. "Todos precisam se alimentar de histórias, seja vendo os casos do Ratinho ou lendo o livro "Grande Sertão de Veredas". Existem pessoas muito inteligentes que não lêem, mas acho importante estimular a leitura", diz.