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E fala da Globo

Miguel Falabella assina novas produções do Disney+

Folhapress
29 dez 2020 às 10:51

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- Reprodução/Instagram
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Miguel Falabella, 64, ainda não tem planos de voltar para a televisão aberta, mas também não descarta essa possibilidade. O ator, escritor e diretor que estava há 38 anos na Globo, onde realizou sucessos como "Toma Lá, Dá Cá" e "Sai de Baixo", afirma que a demissão da antiga casa não foi pessoal e não estremeceu sua relação com a emissora.


"Como eu posso guardar mágoas de um lugar em que passei a minha vida inteira? Fui muito bem tratado", diz em conversa ao telefone com o F5. "Não sou um 'coitadinho', aquilo não é uma ONG, é uma empresa. Não houve constrangimento, foi tranquilo e feito de uma maneira elegante", completa.

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Falabella não foi pego de "calça curta", como gosta de dizer, e também não se surpreendeu com as demissões de outros artistas renomados, como José de Abreu, Malu Mader, Carolina Ferraz e Bianca Bin. Para ele, se trata de uma política já esperada. "Eles sabem o que fazem, assim como eu também".

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A prova de que o artista sabe mesmo o que faz é agora sua parceria com a gigante de entretenimento, Disney. Em breve, ele começa a produzir dois novos projetos para a plataforma de streaming Disney+, que devem ser lançados em 2021 -sem contar a animação "Os Óculos Mágicos de Charllote", escrita por ele e Suppa, já lançada no canal Disney Júnior e também disponível no streaming.

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"Vou fazer um papel menor só para dar o ar da graça, porque estou com saudades de atuar. Vai ser bem bonito, uma pegada meio 'Glee'", explica o artista. Além disso, o espetáculo "O Som e a Sílaba", escrito por ele e já conhecido pelo público, também vai virar uma minissérie.


Mesmo com tantos planos para os canais digitais -que incluem também um canal no YouTube-, Miguel Falabella não fecha as portas para a televisão aberta. "Não briguei com ninguém, muito pelo contrário, tenho amigos de uma vida inteira. Se for um convite que me interessa, faço com o maior prazer", ressalta. Algumas especulações até já foram feitas após a participação do artista no programa "Talentos" (Cultura), em agosto deste ano, mas, segundo ele, eram notícias falsas e que o incomodaram bastante. "Fiz uma participaçãozinha. O povo fica inventando, não tem o que falar. Brasileiro é muito irresponsável com notícia. Nem ganhei cachê para fazer o programa com o Jarbas."

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Consagrado na dramaturgia e nos palcos de teatro, o ator chegou a se apresentar no início de novembro com a peça "A Mentira", em cartaz desde 2019, e que teve a agenda cancelada este ano devido à pandemia do novo coronavírus. Apesar de dizer que a experiência foi contagiante, foi nessa época que Falabella contraiu a Covid-19.


Hoje, após se recuperar da doença, que não lhe causou grandes sintomas, ele avalia a situação como um susto. "Sempre tomei todas as precauções, não saia, não estava exposto, só saí para fazer a peça. Lá no teatro, seguimos as medidas de segurança, mas mesmo assim... é difícil." O espetáculo aconteceu no Teatro Santander, em São Paulo.

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Animado com a possibilidade da vacinação em breve, Falabella avalia como algo urgente e necessário para a vida voltar ao "ritmo normal". "Estou louco por essa vacina, acho que é fundamental para todos nós, estamos precisando."


Em seu período de isolamento social, vivido em seu apartamento no Jardins, região central da cidade de São Paulo, Falabella conta que a leitura e exercícios físicos foram os seus principais passatempos. "Uma vez, meu terapeuta disse: 'Descubra que você é uma excelente companhia para você mesmo'. E ele tinha razão, eu descobri mais uma vez nessa pandemia, que posso ser uma ótima companhia."

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Quanto aos planos para as festas de fim de ano, Falabella conta que pretende passar o Réveillon com os filhos afetivos. "Não vai ser nada demais, mas vamos fazer alguma coisinha por aqui mesmo [em casa]", afirma ele, que é reservado em relação à vida pessoal e a dos filhos de criação.


POLÍTICA EM 2020
Em um ano com muitas manifestações de artistas sobre a política nacional, principalmente sobre o presidente Jair Bolsonaro e a curta nomeação da atriz Regina Duarte na Secretaria Especial da Cultura, Miguel Falabella prefere não "polemizar" sobre os assuntos,.

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"Não me posiciono sobre essas coisas. É claro que jamais assinaria embaixo desse governo, não assino, ninguém em sã consciência assinaria... Uma pessoa completamente despreparada para ocupar o cargo, mas eu não vou usar as minhas páginas para isso", afirma. "O que eu escrevo, meu trabalho, mostra muito bem o que eu penso."


Falabella é dono de vários sucessos na televisão como "Salsa e Merengue" (1996), "A Lua Me Disse" (2005), "Negócio da China" (2008), "A Vida Alheia" (2010), e outros. Ele diz que o único lugar em que faz política é em seu universo dramatúrgico. "Eu faço a comédia de tolerância, meus personagens são completamente políticos", afirma ele, que chegou a receber cartas de ódio pelo casal lésbico em "Pé na Cova" (2013), interpretado por Luma Costa (Odete) e Mart'nália (Tamanco).

"Já sofri muita represália, mas não ligo. Se você realmente não incomoda ninguém é aí que tem algo de errado. Fazer o que... coitadas dessas pessoas. Mas é importante que elas vejam, que na maior televisão do país tem um pai casando a filha com outra mulher."


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