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20 anos depois de 'Sai de Baixo', Aracy Balabanian segue chamada de Cassandra

28 ago 2021 às 17:11

Aracy Balabanian disse que ainda é chamada como "Cassandra", nome de sua personagem no "Sai de Baixo". A declaração ocorreu em entrevista a Patrícia Poeta na manhã deste sábado (28), no É de Casa, da Globo,.


O humorístico, embora esteja em reprise no canal Viva, acabou há quase 20 anos, em 2002. "Eles [público] falam como se tivessem visto o programa ontem", contou Aracy.


Quando começou a gravar o programa, a atriz chegou a pedir para deixar o elenco. "Eu pedi ao Daniel Filho, que dirigia o programa, pra sair. Eu disse a ele: 'eu não acompanho o humor, não tô sabendo fazer, porque eu rio junto com eles, Miguel [Falabella], Tatá [Luiz Gustavo, eu ria com eles.' E o Daniel disse: 'se você quer rir, ri."


"Miguel dizia que eu fazia parte do público daquela forma. Eu gostava muito de fazer." Balabanian lembra também que era um prazer poder visitar São Paulo, onde o programa era gravado, toda semana, já que ela havia se criado na cidade, mas morava no Rio.


Para a atriz, as personagens que agradam têm esse poder de sobreviver na memória do público, caso que se aplica também a Dona Armênia, criação de Silvio de Abreu para "Rainha da Sucata" (1990), resgatada em "Deus nos Acuda" (1992/93).


Ao rever imagens de Dona Armênia com os filhos, vividos por Gerson Brener, Marcello Novaes e Jandir Ferrari, se emocionou: "Trabalhar com esses meninos foi um prazer enorme, ao mesmo tempo em que eu prestei uma homenagem à minha origem. Eu sou filha de armênios, pai e mãe armênios, então eu brincava com a minha própria origem. Eu sabia falar armênio, eu fazia o sotaque e debochava também da maneira de ser das mãe, não só as armênias, que são possessivas com seus filhos, principalmente os filhos homens, uma característica muito importante pra qualquer mãe."


Balabanian começou a carreira no teatro sob resistência do pai e se consagrou inicialmente pelo drama, mas admite que "fazer comédia, como disse o Paulo Gustavo, é um ato de resistência".


"É fazendo rir que a gente resiste a tudo nesse país. Como dizia Millôr [Fernandes], o humor só é dado a quem pensa, a quem raciocina, porque os chatos realmente não têm nenhum humor."


A atriz chorou ao ouvir depoimentos de Marisa Orth, Juca de Oliveira, Marcello Novaes, Adriana Calcanhoto e Denise Saraceni.

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