A passagem do DJ alemão Sven Väth por Curitiba foi um bom consolo para quem ficou triste com a notícia de que o Skol Beats não teria uma edição paranaense neste ano. Para compensar o vácuo deixado pela ausência do festival, a apresenatação do DJ tomou grandes proporções, a ponto de se tornar uma mega rave indoor que tomou conta da boate The Hall. Segundo a organização, 2.800 ingressos foram colocados à venda. A julgar pela lotação da casa, todos os bilhetes devem ter sido vendidos. Normalmente, o The Hall não comporta tanta gente. Mas em grandes festas como esta, a produção aluga um galpão de futebol que fica ao lado, fazendo com que sua capacidade interna triplique.
Ao fim da "transformação", a casa ficou com três pistas. Em cada uma delas, DJs locais se revezavam. O time escalado era formado por Leozinho (apontado como um dos melhores DJ’s de trance do Brasil), Ricardinho NS, Ricardo Motta, Carioca, Raul Aguilera, DJ J, Sarchas e Jejê. Garotas super produzidas e rapazes marombados eram os que mais chamavam a atenção na pista, além de tipos fantasiados, contratados para a festa. Aparentemente, qualquer aditivo estava liberado. Väth surgiu para o público por volta das 2h30, previamente anunciado ao microfone.
Ele deu início a seu set sobrepondo camadas sonoras de texturas eletrônicas e batidas ritmadas, que proporcionou um grande diferencial ao som que dominava a pista anteriormente. Pudera. Afinal, com 20 anos de carreira (e experiência), Väth sabe "inflamar" uma pista como ninguém.
Em sua performance, demonstrou intimidade com as diversas vertentes do techno, indo do hard techno (com batidas mais secas e pesadas), até ramificações mais suaves do estilo. Passeou também pelo trance, facilmente reconhecível pela sonoridade hipnótica e alienígena. Para um artista como Sven Väth, apresentar-se em uma festa rave traz apenas uma desvantagem: ele não pode largar seus toca discos para cantar. Em seus álbuns, várias músicas têm vocais (distorcidos, na maior parte das canções).
Após uma festa animada, uma decepção aguardava pelas pessoas que vieram de carro para o evento. Graças à incompetente equipe do estacionamento do The Hall, muitos viram sua alegria escorrer pelo ralo. Os manobristas demoravam demais para trazer os carros. Em casos mais graves a demora chegava a quase meia hora, fazendo com que se imaginasse que algo de ruim havia acontecido ao veículo. Não eram raras as vezes em que traziam o carro errado. Como era difícil retornar à vaga, o carro ficava bloqueando o trânsito de quem estava saindo. Completamente desnecessário trazer esta lembrança tão ruim de uma festa tão bacana.