O psychobilly provavelmente foi um dos gêneros musicais mais curiosos surgidos no universo da música. Ele agrega o ritmo do rockabilly à velocidade e distorção do punk. Definindo nessas poucas palavras, você pode se perguntar o que há de tão curioso nisso. A questão é que o psychobilly não é apenas um estilo musical, mas de vida.
Visualmente, o indivíduo psychobilly é bastante notável. Tem o costume de cultivar topetes absurdamente grandes, trajar roupas pretas e admirar filmes trash, entre outras características que compõem um universo próprio (muitas vezes tachado de mórbido e bizarro). Deve ser o estilo mais underground no mundo. Poucas vezes a mídia dá atenção às bandas do gênero e poucos também são os psychobillys no planeta - talvez seja essa a razão de serem tão unidos.
Deste universo faz parte a banda curitibana Os Catalépticos, formada por macacos velhos do rock independente local. O guitarrista Vlad tocou em duas bandas psychobilly, Os Cervejas e Escroques. O baixista Gustavão (dono de um baixo acústico em formato de caixão), por muito tempo fez parte dos Missionários, primeira banda psychobilly da cidade. Já Coxinha, o baterista que toca em pé um kit de poucas peças, integrou diversas bandas de psycho, punk e guitar antes de se juntar ao grupo. Foi o segundo baterista do grupo. O cargo antes estava ocupado por Márcio Tadeu (das bandas Os Cervejas e Kosmic Gorillas), que só paticipou da banda em estúdio, antes mesmo do primeiro show, em setembro de 1997.
"Psycho irado" foi como eles mesmos denominaram seu estilo musical, que muito lembrava o power psychobilly, uma derivação mais rápida e pesada. Elementos não só do psychobilly, mas também do metal e do hardcore incrementavam a sonoridade do grupo. Cantam sempre em inglês, não só por estilo, mas também porque já traçaram uma carreira internacional. Por duas vezes tocaram no Big Rumble, festiva inglês que já foi o maior do gênero do planeta (hoje ele não é mais realizado). Uma turnê européia ocorreu no ano passado, contabilizando três visitas para tocar no velho continente.
Seus CDs saíram antes no exterior, para mais tarde ganharem versões nacionais através do selo Barulho Records, de Curitiba. O primeiro, "Little bits of insanity" (1998), saiu pela Fury Records, da Inglaterra. O EP de quatro faixas "...From beyond the grave" (1999) veio da Rebel Yell, do Japão. O último, "Zombification" (2000) foi lançado pelo selo alemão Crazy Love Records. Além destes, a banda conta com muitas faixas em quase dez coletâneas internacionais. No Brasil, participam da coletânea "Rock'n'Roll Radio", um tributo aos Ramones, em que participam com a regravação de "Psycho Therapy". O CD passou por atrasos devido a direitos autorais, mas o selo Ataque Frontal já noticiou que tudo já está resolvido e assim o disco será lançado em breve.
Confira neste especial:
>>>> Comentários
>>>> Letras das principais músicas
>>>> Leia entrevista com os Catalépticos
>>>> Leia resenha do último CD d'Os Catalépticos, "Zombification", feita pelo Bonde
>>>> Site oficial: www.cliqueaqui.com/oscatalepticos
*Especial publicado dia 10 de outubro