Impossível negar mérito à carreira do artista curitibano clonedt (escrito sempre com minúsculas). Num período de cinco anos, ele já está com três CDs lançados. O mais espantoso é o fato de serem todos independentes e na área de música eletrônica. O espanto fica maior quando citado que todos estes três álbuns foram viabilizados graças à Lei Municipal de Incentivo à Cultura.
Clonedt é a banda-de-um-homem-só (tão comuns no meio eletrônico) formada por Paulo de Tarso. Diferente da maioria dos artistas do gênero conhecida hoje em dia, Paulo deu início a seus trabalhos antes mesmo do estouro que a música eletrônica teve nos últimos quatro anos. Na época, o estilo era renegado a guetos, e as conquistas neste campo (como lançar CDs, realizar shows e ser aceito pela mídia e público) eram mais difíceis.
Seu estilo nunca foi direcionado para as pistas. Ele segue uma linha eletrônica experimental, mas que recebe muita influência de rock industrial, colagens sonoras e Eletronic Body Music (estilo eletrônico dos anos 80 que consagrou a banda belga Front 242). Seu primeiro CD "DIGitALL", de 1996, trouxe esta mistura de uma forma bem clara. Já o segundo, de 1999, foi completamente experimental. Nele foi adotado um conceito: o número "sete". Ele tinha sete faixas com sete minutos cada. Seu nome (claro), era "7777777".
"O Azul, O Vermelho E O Preto" é o nome de seu último e recém-lançado disco. O título serve para identificar os três módulos diferentes que existem no CD. As seis primeiras músicas correspondem ao azul, que são as canções mais melódicas. As cinco músicas seguintes formam o módulo vermelho, no qual começam a ser percebidos ruídos industriais. Já as cinco últimas correspondem ao bloco preto, que é experimental ao extremo. A impressão que se tem é de ouvir três EPs (álbuns com cinco ou seis faixas) de artistas diferentes em um único CD.
>> clonedt traz o jazz e as letras a suas músicas