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Com QR Code

Anvisa implanta bula digital e desobriga versão em papel de grupos de medicamentos

Mariana Brasil e Patrícia Pasquini - Folhapress
11 jul 2024 às 09:05
- Pexels
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A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou um projeto-piloto que dispensa a bula de papel em embalagens de determinados remédios. A decisão prevê o acesso à bula digital por meio de um código de barras bidimensional (QR Code) nas embalagens dos medicamentos.

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As bulas de papel ainda poderão ser solicitadas nas farmácias a qualquer momento pelo cliente ou médico. Nesses casos, os atendentes devem fornecer, seja por meio de impressão ou de disponibilização de bula avulsa.

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A decisão serve para amostras grátis, remédios isentos de prescrição e medicamentos destinados a estabelecimentos de saúde (uso em ambientes hospitalares, clínicas, ambulatórios e serviços domiciliares) ou de uso governamental (como em unidades do SUS e em embalagens que contenham as marcas de governos ou do Ministério da Saúde). A regra também é estendida para os comercializados em cartelas e fracionados, além dos fitoterápicos.


A mudança faz parte de um plano em fase de testes, que deve ser implementado de forma gradual.

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"Entendo que o projeto tem grande potencial para empoderar o cidadão com informações acessíveis e confiáveis sobre a saúde, riscos e benefícios relacionados aos medicamentos", disse diretor Daniel Pereira, relator da proposta, em seu voto.


O diretor argumenta que a junção dos dois formatos -físico e digital- é a forma mais equilibrada de atender as demandas divergentes.

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Por meio do QR Code das embalagens, as pessoas serão direcionadas às informações da bula, que poderá ser veiculada em arquivo PDF ou via site.


O regulamento da nova modalidade proíbe qualquer exigência de identificação ou coleta de informações pessoais dos usuários no acesso ao texto.

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As empresas reguladoras dos medicamentos que suprimirem a bula impressa são responsáveis por garantir, por meio de acordo, que os estabelecimentos de venda dos remédios terão condições de fornecer a bula na forma física quando solicitado.


A dispensa da bula de papel foi amplamente criticada pelo Idec (Instituto de Defesa do Consumidor), que acredita na necessidade da bula em papel para um acesso mais democrático.

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O argumento principal do instituto é que a dispensa de bulas impressas viola o direito do consumidor à informação e à segurança do produto. Para o Idec, a realidade do acesso à internet no país ainda não permitiria o fim das bulas físicas.


Especialistas ouvidos pela reportagem divergem a respeito de alguns pontos que envolvem a questão.

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Para o médico sanitarista Walter Cintra, professor da Eaesp (Escola de Administração de Empresas de São Paulo) da FGV, o poder público tem que garantir uma informação correta, acessível e inteligível para a população. "Se a digital vier para facilitar o acesso à bula, não vejo nenhum problema", diz. Porém, Cintra acha precoce eliminar a bula de papel. "Na realidade do Brasil ela é fundamental pelas pessoas que não têm acesso a uma informação digital", afirma.


Patrícia Mastroianni, professora da faculdade de ciências farmacêuticas da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Araraquara, vê vantagens na bula digital em relação à questão ambiental (de descarte de bulas, de resíduos), qualidade da informação e acessibilidade, e atualização rápida da bula).


Ela reforça que a bula digital permitirá o auxílio de recursos multimídias, com vídeos e imagens, e ampliar o acesso à informação a qualquer pessoa. "Antes, a única informação que vinha era pela bula, naquela letra pequena, e ainda que seja a bula do paciente, que é um termo menos técnico, não permite acessibilidade", afirma a professora da Unesp.


A reportagem perguntou à especialista se o país está pronto para substituir a bula de papel pela digital.
"Talvez o idoso tenha mais dificuldade com a internet. Então, talvez se a gente pensar nos medicamentos das pessoas idosas, a digital dificultaria mais. Mas esse idoso também é aquele que tem dificuldade de ler a bula por causa do tamanho da letra. Se alguém o auxiliar, ele vai ter a condição [de acessar]", diz.


A decisão também determinou que os locais de venda que aderirem à mudança deverão expor, em local visível a mensagem: "Atenção: este estabelecimento dispensa medicamentos com bula digital! Você pode acessá-la online. Caso prefira, solicite a bula impressa a um de nossos atendentes."


Na segunda-feira (8), o Instituto enviou um ofício pedindo a retirada do item da pauta, apresentando à Anvisa as argumentações contra a dispensa da bula digital.


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Especialistas divergem sobre adoção de bula digital
O Idec (Instituto de Defesa de Consumidores) solicitou nesta segunda-feira (8) que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) exclua da pauta da próxima reunião da Diretoria Colegiada do órgão, marcada para 10 de julho, o item que trata da possib
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