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Filme de drama erótico traz segredos íntimos das duas Alemanhas

06 jun 2024 às 10:00

“Nunca mais fui a mesma depois daquele verão.” Esta é a frase que a protagonista Maria (Marlene Burow), 19 anos, poderia justificadamente usar no final do drama alemão da diretora Emily Atef, “Um Dia Nossos Segredos Serão Revelados” – só que no caso dela, as ressonâncias seriam mortalmente sérias, não apenas do ponto de vista pessoal, mas também politico.


Baseado no romance de 2011 de Daniela Krien, o filme é uma história de amadurecimento tanto para sua heroína quanto para a Alemanha no inicio dos anos 1990, época em que o país fazia a dificil transição para a era contemporânea. O filme é a estreia do Ouro Verde na próxima segunda -feira (10).


A realização de Atef aborda o tema do desejo-tabu com destemida franqueza. Emocional e eroticamente intenso, elegantemente elaborado e interpretado em especial por uma jovem talentosa em ascensão (Burow), é o mais recente trabalho da diretora alemã-iraniana Atef, que sucede seu filme estrelado por Vicky Krieps de 2022, “More Than Ever”, e marca um retorno a Berlim, onde “3 Dias em Quiberon” iniciou sua carreira de sucesso em 2018. 


O novo filme de Atef, drama em pequena escala que, no entanto, atinge invulgar riqueza melodramática, é o de maior sucesso dela (é seu quarto longa) até agora, especialmente dada a demanda recente por histórias inteligentes contadas a partir da perspectiva do desejo feminino.


LUTA INTERNA


Na trama, a cineasta retrata uma mulher em luta consigo mesma, para quem as circunstâncias e o seu próprio sol interior (parece sempre verão nesta história) revelam um conflito onde tudo indicava que havia uma vida sem grandes expectativas numa fazenda familiar na Alemanha Oriental na época da Reunificação. 


Este romance entre ela, rebelde e idealista, mas sem vontade de mudar seu destino, e Hennes (Felix Kramer), homem maduro e rude que une sua incapacidade de escapar de si mesmo à dela, consegue superar clichês graças ao trabalho de Marlene Burow e às pequenas costuras do que resta do abismo entre o Oriente e o Ocidente. Que no entanto não são plenamente suficientes para servir de metáfora ao percurso dos personagens. Mas acrescentam cor às suas vidas.


Leia a reportagem completa na FOLHA DE LONDRINA:


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