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Apresentador cometeu mais de 200 crimes sexuais

11 jan 2013 às 12:38

Um inquérito da polícia de Londres concluiu que Jimmy Savile, um famoso apresentador britânico de rádio e TV, cometeu uma série de abusos sexuais, inclusive estupro, contra várias vítimas ao longo de mais de cinco décadas. A maioria das vítimas dos 214 crimes listados pela polícia eram menores de idade, entre elas, uma criança de 8 anos.

Revelações sobre suspeitas de abusos cometidos por Savile, bastante conhecido por programas infantis como Jim'll Fix It e a popular parada de sucessos musicais Top of The Pops, da BBC, começaram a pipocar na mídia britânica meses após a morte do apresentador, aos 84 anos, em outubro de 2011.


Savile também ganhou fama por suas atividades de coleta de fundos para várias entidades beneficentes e hospitais, e chegou a ser agraciado com o título de 'sir' pela realeza britânica por seu trabalho filantrópico.


De acordo com a polícia, os relatos sobre Savile oferecem um ''retrato vívido de uma série de abusos sexuais cometidos por um predador sexual criminoso''.


Entre os locais em que Savile teria atacado meninas estão hospitais, escolas, reformatórios, uma prisão psiquiátrica de segurança máxima e uma sede da BBC - o Television Centre, onde era gravado o programa infantil Jim'll Fix It.


Sua vítima mais jovem foi um garoto de 8 anos de idade; a mais velha tinha 47 anos. A denúncia mais antiga de abuso é datada de 1955, a mais recente de 2009. Vários dos abusos foram cometidos em dependências da BBC entre 1965 e 2006, um deles durante a última gravação do programa Top of the Pops.


Segundo o inquérito, 73% das vítimas tinham menos de 18 anos de idade. A maioria delas tinha entre 13 e 16 anos.


Não há "provas claras" de que o apresentador fazia parte de uma rede de pedofilia, mas a polícia diz que ainda está investigando de ele "pertencia a uma rede informal".


Ação da polícia


O inquérito de 30 páginas divulgado nesta sexta-feira, intitulado Dando Uma Voz às Vítimas, compila as investigações de três meses da Scotland Yard , como é conhecida a polícia metropolitana de Londres, e da Sociedade Nacional de Prevenção à Crueldade Contra Crianças (NSPCC, na sigla em inglês).


Também foi publicada nesta sexta-feira , uma revisão de uma decisão da polícia feita em 2009 de não indiciar Savile por ofensas sexuais em conexão com quatro denúncias feitas à polícia das regiões britânicas de Surrey e Sussex.


Apesar de o documento afirmar que as ''decisões da polícia não foram influenciadas por quaisquer condutas inapropriadas por parte da polícia ou da promotoria'', o inquérito conclui que outras ações poderiam ter sido tomadas se a ''polícia e a promotoria tivessem adotado uma conduta'' diferente.


E que se uma das vítimas ''não tivesse ouvido que ele havia sido a única mulher a prestar queixa, elas (as outras vítimas) provavelmente estariam preparadas para dar provas''.

As denúncias contra Savile deram início a diversas investigações simultâneas, entre eles três realizados pela BBC, um dos quais sobre o motivo de uma edição do programa investigativo da BBC Newsnight que traria denúncias contra Savile ter deixado de ser exibido.


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