No Brasil, a imagem mais popular de bailarina clássica é a dela. Há 28 anos, Ana Botafogo dança no Ballet do Theatro Municipal do Rio e lá construiu uma carreira de muito sucesso. Convalescendo de um estiramento perto do quadril, não estará em cena na temporada paulista de "O Quebra-Nozes", no Teatro Abril. "Mesmo se não estivesse machucada, não dançaria este balé, pelo mesmo motivo que recusei fazer a Coppélia que a companhia montou há pouco. Alguns papéis não me cabem mais e, agora, me permito dançar somente os que me dão prazer, como, por exemplo, A Megera Domada, de John Cranko."
Ana Botafogo falou via skype com o Estado e anunciou, com exclusividade, que está chegando o momento em que vai parar de dançar. "Tive uma carreira bem longa, e penso, no futuro, em continuar contribuindo com a formação de jovens bailarinas. Talvez até permaneça ligada ao Theatro Municipal do Rio, que considero a minha casa artística. Nada está muito definido ainda, mas sei que, no próximo ano, pretendo passar por todas as 100 cidades brasileiras nas quais já dancei para fazer uma turnê de despedida, enquanto ainda posso deixar uma boa recordação."
Dedicou toda a sua vida a desenvolver a técnica e a interpretação do balé. "Tentei colaborar com a popularização dessa dança, pois, além dos meus favoritos, os clássicos que sempre gostei de interpretar, fiz muitas incursões por outros tipos de dança, sempre tendo o objetivo de levar mais gente a assistir às produções do Theatro Municipal."
Ela refere-se, sobretudo, ao espetáculo "Três Momentos do Amor", na qual dança, com mais dois bailarinos, coreografias de Renato Vieira, Luis Arrieta e Eron Nobre, acompanhada por seis músicos. E à "Suíte Floral", com coreografias de Hélio Bejani e Luis Arrieta, que também dirige esse espetáculo, no qual se apresenta com quatro músicos e o bailarino Joseni Coutinho.
Como o Municipal do Rio está fechado para a mais profunda reforma dos seus 100 anos de existência, sua companhia tem se apresentado fora da cidade. "Viajamos com a Floresta Amazônica coreografada pela Dalal para Recife, Salvador, Belo Horizonte, e agora vamos com O Quebra-Nozes para São Paulo, uma montagem que nos permite mostrar os tantos talentos jovens da companhia e, em especial, as nossas primeiras bailarinas Claudia Mota e Márcia Jaqueline." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
O Quebra-Nozes - Ballet do Theatro Municipal do Rio. Dias: sex. (18/12), às 21h; sáb. (19/12), às 17h e 21h; e dom. (20/12), às 16h. Teatro Abril: Av. Brigadeiro Luis Antônio, 411. 1530 lug. 12 anos. De R$40 a R$140. Tel. (011) 2846-6000.