Caos
Perto do início das gravações do filme "Assalto à Brasileira", o público londrinense demonstra grande interesse pelo que vem pela frente, sobretudo para o dia da estreia da obra cinematográfica. Ainda que a expectativa seja alta, não se deve pular etapas, afinal, uma produção desse nível conserva peculiaridades que só quem é da área faz ideia.
Baseado na obra homônima do escritor londrinense Domingos Pellegrini, "Assalto à Brasileira” é uma coprodução da Galeria Distribuidora, Santa Rita Filmes e Grupo Telefilms. O longa-metragem é desenvolvido pela Galeria, o roteiro é de L.G. Bayão e a direção de José Eduardo Belmonte.
"Quem serão os atores? Vai ter gente famosa? Vão conseguir reproduzir o cenário daquele tempo com os computadores grandes, os cabelos da época, as roupas e até com a agência bancária cheia? E as centenas de pessoas na frente do banco?"
Esta semana, essas perguntas começaram a ser respondidads quando dois atores de peso foram confirmados no elenco: Murilo Benício e Christian Malheiros.
Paulo Ubiratan, o repórter da Folha de Londrina que fez história no assalto, será interpretado pelo ator Murilo Benício. Com mais de 30 anos de experiência profissional, o ator e diretor conquistou em toda a sua trajetória papéis e prêmios almejados. Do Danilo, da novela "Chocolate com Pimenta", de 2003, até os dias atuais, Benicio encarou papéis tão diversos como desafiadores. Este ano, sua atuação foi admirada na série "Justiça 2", da Globoplay, na pele da personagem Jayme.
O colunista Oswaldo Militão, que conheceu e trabalhou com o jornalista Paulo Ubiratan, reflete sobre a escolha: "Murilo Benício é um galã de novela, Paulo Ubiratan também era simpático, gaúcho com sotaque e mais magro que o ator, mas gostei da escolha, será um sucesso nacional."
O produtor Marcelo Braga, da Santa Rita Filmes - coprodutora da Galeria Distribuidora - lembra que Paulo Ubiratan, que faleceu em outubro de 2010 aos 72 anos, no fatídico dia atuava como repórter policial da FOLHA e entrou na agência para atuar como uma espécie de mediador entre policiais e assaltantes. Mas no cinema, entra a pitada de ficção e ele estará no banco porque havia sido demitido.
"Simplesmente colocar o Paulo como uma cobertura jornalística seria o óbvio, então, criamos uma história: a chefe de redação o demite porque estava velho e não dava mais o sangue pelo jornal", conta. No último dia do prazo, ele se dirige ao banco para sacar o fundo de garantia e tudo acontece.
O filho de Ubiratan, Bruno, na época tinha um ano, mas no filme estará em fase gestacional. "Assim, há os fatos, mas a ficção tem um papel importante. Detalhes que mudamos para enriquecer o enredo, por isso essa é uma história baseada em fatos reais livremente inspirada", afirma.
Braga considera que a cobertura da imprensa foi fantástica. "Ainda hoje, quando pegamos a Folha de Londrina, confirmamos isso e o jornalista Paulo Ubiratan, que atuou como um mediador no assalto, é um personagem também no cinema. Mas com um pouco de ficção," diz. Até por isso, a equipe do filme- que tem o apoio da FOLHA - esteve na redação do jornal revirando exemplares nos quais foram noticiados todos os lances de um assalto espetacular.
Já Moreno, o líder do assalto, será interpretado por Christian Malheiros, reconhecido por seu trabalho no filme "Sócrates" (2018), pelo qual foi indicado ao Independent Spirit Awards de Melhor Ator e venceu um Prêmio APCA de Melhor Ator em Cinema. Na televisão, Christian teve destaque nas séries Sintonia (2019) e Sessão de Terapia (2021). No mesmo ano, foi aclamado pela crítica por sua atuação no filme "Sete Prisioneiros", da Netflix.
Essas são algumas curiosidades que podem saciar o imaginário de populares quando pensam sobre como será contada a história no cinema. A história sobre uma ação criminosa que alterou a rotina do banco, das pessoas, do Calçadão da cidade, e colocou Londrina no noticiário nacional.
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