No ano em que o número de filmes brasileiros lançados bateu um recorde de 22 anos, as produções nacionais atraíram menos público em 2017: uma queda de 42,8%. Na comparação com o ano anterior, o volume de estreias nos cinemas foi 11,3% maior - 158 títulos, o que não era alcançado desde 1995 -, mas não foram registradas grandes bilheterias. Os números são da Agência Nacional de Cinema, que divulgou nesta segunda-feira, 29, o "Informe de salas de exibição" de 2017.
A exceção neste cenário foi Minha Mãe é uma Peça 2, que chegou aos cinemas em dezembro de 2016 e foi assistido por cerca de 10 milhões de espectadores em dois meses, credenciando-se para a lista dos filmes mais populares da história da cinematografia nacional. A comédia estrelada pelo humorista Paulo Gustavo representou a nona maior bilheteria geral do ano de 2017, e é o único título brasileiro a figurar no rol dos 20 longas mais vistos no País.
Segundo o informe da Ancine, o parque exibidor ganhou 25 complexos com 107 novas salas, chegando a 3.220 em funcionamento, quase a marca considerada histórica de 1975, quando havia 3.276 salas no Brasil (sendo que hoje a população é o dobro). O público nas salas teve 3,1 milhões de pessoas a menos, um recuo de 1,7% ante 2016. O patamar de 181,2 milhões de espectadores foi considerado bom pela agência.
A participação das produções nacionais frente às estrangeiras na renda dos títulos exibidos caiu de 14% para 8,9%. Somente três filmes, além de Minha Mãe É uma Peça 2, superaram a barreira de um milhão de espectadores: Polícia Federal - A Lei É Para Todos (1,3 milhão), Os Parças (1,3 milhão) e Detetives do Prédio Azul (1,2 milhão). Os maiores centros produtores seguem sendo Rio e São Paulo (75,9% das obras).
As informações do relatório são do Sistema de Acompanhamento da Distribuição em Salas de Exibição, que recebe dados fornecidos pelas distribuidoras. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.