O polêmico filme polonês "365 Dias", disponível pela Netflix, foi duramente criticado pela cantora Duffy, 36, que o acusou de "glamorizar a realidade brutal do tráfico, sequestro e assédio". Em carta aberta à plataforma de streaming, ela ainda criticou a decisão da empresa de comercializar o longa.
"Eu realmente não sei o que pensar, dizer ou fazer, a não ser explicar nesta carta o quão irresponsável está sendo a Netflix por transmitir '365 Dias' (...) Essa não deve ser a ideia de entretenimento de ninguém, nem deve ser descrita ou comercializada dessa maneira", disse ela, segundo a revista americana Entertainment Weekly.
Duffy revelou em abril que já foi estuprada, drogada e mantida em cativeiro por dias. Ela recordou esse episódio também na carta: "Eu não quero estar nessa posição de ter que escrever a você, mas em virtude do meu sofrimento me vi obriga a fazê-lo", afirmou, dizendo que o filme mostra essa violência.
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"O que eu e outros que conhecemos essas injustiças precisamos é exatamente o oposto: uma narrativa da verdade, da esperança e da voz. Quando sabemos melhor, fazemos melhor", concluiu ela na carta. A cantora ainda comentou que passou por anos de terapia para conseguir superar o que aconteceu com ela.
A cantora, que ficou conhecida com o sucesso "Mercy", nos anos 2000, apresentou ainda estatísticas sobre o tráfico de pessoas, que teria 25 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo 80% delas mulheres e meninas. Ela ainda chamou à reflexão os telespectadores que gostaram do filme.
O filme polonês ficou entre os mais vistos no Brasil pela Netflix nas últimas semanas. Apesar do roteiro fraco, ele abusa das cenas sensuais, o que o fez ser comparado a "50 Tons de Cinza". As comparações acabaram recaindo até sobre os atores Michele Morrone, 29, e Jamie Dornan, 38, que fez Christian Grey em "50 Tons".
Na história, o mafioso Massimo (Michele Morrone) sequestra a diretora de vendas Laura (Anna-Maria Sieklucka) para que ela se apaixone por ele em 365 dias. O filme, que já tem uma continuação confirmada, é baseado no livro de mesmo nome da escritora polonesa Blanka Lupinska, que conta com duas sequências.
Apesar de ter ficado entre os filmes mais assistidos na plataforma em diversos países, internautas apontam que a produção romantiza a Síndrome de Estocolmo, que corresponde a uma condição em que o refém forma um vínculo com seu captor.