A viúva de Pelé, Márcia Aoki, contratou o escritório PLKC Advogados para representá-la no inventário do rei.
O ex-craque morreu em dezembro, aos 82 anos, vítima de um câncer. Márcia e o craque se casaram em julho de 2016. O ex-jogador já tinha 75 anos.
Como a lei obriga todas as pessoas que têm mais de 70 anos a se casarem no regime de separação obrigatória de bens, Márcia não teria direito à herança depois da morte do marido.
Pelé, no entanto, deixou um testamento, assinado em 2020, destinando 30% de todos os seus bens a ela -e especificou justamente a casa dele no Guarujá como bem que deve ficar com Márcia.
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O patrimônio do craque deve ser ainda dividido entre seis filhos e os dois netos de sua filha Sandra, que morreu de câncer em 2006.
Desta forma, a viúva será a principal herdeira. Cada um dos demais deverá ficar com cerca de 10% do total dos bens.
"Pelé, sabendo que a Márcia não seria sua herdeira, fez questão de protegê-la. O testamento que deixou foi uma declaração de amor a ela", diz o advogado Luiz Kignel, do PLKC Advogados.
Ele afirma ainda que "não há divergência entre os herdeiros", e que tanto a viúva quanto filhos e netos "buscam uma composição amigável para preservar a memória de Pelé".
O rei deixou uma herança que já foi estimada em US$ 15 milhões, mas Kignel diz que ainda não foi feito um levantamento preciso de seus bens.
Além da casa do Guarujá, ele tinha investimentos em outros imóveis comerciais e parte dos direitos sobre a marca "Pelé".
Filhos do rei do futebol pedem à Justiça que o processo em que discutem a partilha dos bens do pai, na 2ª Vara de Família e Sucessões do Foro de Santos, seja colocado sob sigilo. Eles alegam que não são pessoas públicas e que não podem ter a intimidade violada pela publicação de reportagens.
Um primeiro pedido neste sentido, no entanto, já foi negado pela juíza Suzana Pereira da Silva. Ela alegou que o inventário é de interesse também de outros eventuais herdeiros e de credores.
O ex-goleiro Edinho, filho de Pelé, pediu para ser o inventariante, mas seu pedido também foi rejeitado.
A Justiça deu prazo de 15 dias para que a viúva se manifeste sobre a possibilidade de ser ela a inventariante. Márcia ainda não decidiu se assumirá a tarefa.