O empresário e atleta Renato Cariani, 47, foi indiciado nesta segunda-feira (18) pelos crimes de tráfico equiparado, associação para tráfico e lavagem de dinheiro, segundo a Polícia Federal.
Carini foi à sede da PF, na zona oeste de São Paulo, no começo da tarde para prestar depoimento.
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A reportagem procurou Cariani, e o empresário respondeu que ainda está na PF e que o depoimento não acabou. Ele disse que vai se manifestar depois.
Em vídeo divulgado nas redes sociais na sexta-feira (15), o influenciador Renato Cariani, voltou a negar as acusações de desvio de produtos químicos para a fabricação de drogas, que motivou buscas da Polícia Federal na última terça (11).
Com sete milhões de seguidores, Cariani afirmou que é uma vítima, que tem inimigos e que seu sucesso profissional incomodou outros empresários da área em que trabalha. "Não vou adiar meu depoimento, não tenho motivo para adiar, quero logo prestar esse depoimento", diz o empresário.
De acordo com a PF, o influenciador abastecia uma rede criminosa de tráfico de drogas comandada por criminosos do PCC, como Fábio Spinola Mota, que é apontado como membro da facção e foi preso no início deste ano na Operação Downfall, que investigou esquema de "tráfico internacional e interestadual de drogas, com diversas ramificações no país".
Cariani não nega que mantinha uma relação com Mota, mas diz que o conhecia devido a uma loja automotiva, para onde o influenciador levava carros para manutenção ou reparos estéticos. "Ele é um empresário de Diadema, dono de uma loja referência na cidade. Essa é a atividade econômica que eu sempre conheci o Fábio", afirmou o influenciador, que não citou no vídeo a prisão de Mota no início do ano.
O influenciador afirma que eles não tinham uma relação de intimidade e que nunca visitou a casa do lojista e nem ele a sua. Porém, como ambos são donos de propriedades em um condomínio em Guarujá, no litoral paulista, acabam se encontrando.
Cariani diz ainda que Mota é muito conhecido e, por isso, há imagens anexadas ao processo em que ele aparece ao lado do empresário, em ocasiões como almoços. "Ele é muito conhecido, tive a oportunidade de encontrar ele em ações sociais."
A relação financeira citada na investigação, diz o influenciador, se deve porque ele teria feito uma transferência de R$ 75 mil para o cinegrafista Mauricio Lavorato, que por sua vez transferiu para Mota o mesmo valor. Segundo Cariani, o cinegrafista comprou uma BMW do lojista e isso justificaria a transferência.
Ele explica que o automóvel custaria R$ 150 mil, e Lavorato teria transferido metade e financiado o restante do valor. Cariani nega que o lojista se apresentasse como representante da multinacional farmacêutica AstraZeneca.
Cariani é suspeito de desviar produtos químicos para produção de crack e cocaína. Para justificar a saída dos produtos, segundo a PF, eram emitidas notas fiscais falsas e feitos depósitos em nome de laranjas, usando indevidamente o nome da AstraZeneca.
Ao longo da apuração, Cariani apresentou troca de mensagens com um suposto funcionário do laboratório, Augusto Guerra. A análise telemática demonstrou, contudo, que teria sido Mota quem havia registrado um domínio na internet em nome da AstraZeneca, com extensão com.br, e criado um email em nome desse funcionário fantasma.
Cariani nega. "Isso é mentira. Não tem um apontamento no inquérito que diga isso", afirma o influenciador. Ele diz que existe um padrão a ser cumprido para a venda de produtos controlados. "Quando uma empresa tem licença para vender produtos químicos, ela tem um regulatório para cumprir, uma regra a cumprir. Tenho que lançar mensalmente tudo o que foi vendido daquele produto. Todas as notas fiscais apontadas pela investigação foram encontradas no mapa."