Paulo Gustavo morreu nesta terça-feira (4) aos 42 anos, em decorrência da Covid-19. A informação foi confirmada pela assessoria do ator e humorista. "Às 21h12 desta terça-feira, lamentavelmente o paciente Paulo Gustavo Monteiro faleceu, da Covid-19 e suas complicações."
"Em todos os momentos de sua internação, tanto o paciente quanto os seus familiares e amigos próximos tiveram condutas irretocáveis, transmitindo confiança na equipe médica e nos demais profissionais que participaram de seu tratamento. A equipe profissional que participou de seu tratamento está profundamente consternada e solidária ao sofrimento de todos", diz nota enviada à imprensa pela assessoria.
Paulo Gustavo foi criador de diferentes personagens de humor. Dona Hermínia é a mais famosa deles e uma campeã de bilheterias nos cinemas com a trilogia. "Minha Mãe É uma Peça".
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O terceiro longa da desbocada dona de casa, que vive de bobs e ama incondicionalmente os filhos Marcelina (Mariana Xavier) e Juliano (Rodrigo Pandolfo), bateu o recorde de maior billheteria nacional. Lançado no fim de 2019, a produção arrecadou mais de R$ 143 milhões -ultrapassando o segundo longa da série, antigo detentor do recorde, que rendeu cerca de R$ 124 milhões.
Em entrevista ao site F5 em 2020, Paulo Gustavo disse que foi ainda na infância que começou o processo de criar personagens, quando imitava tias e avós durante festas e confraternizações familiares. Dona Hermínia é inspirada em sua própria mãe, dona Déa Lúcia.
"Ela ganhou o carinho de muita gente. Quando olho as roupas dela, isso mexe comigo, é como se eu a tratasse como algo meio sagrado para mim, sabe? Essa personagem mudou minha vida para sempre. Nunca imaginei que o que eu escrevia fosse ter essa repercussão dessas", afirmou o ator, na ocasião.
Dona Hermínia surgiu primeiro nos palcos, e estourou no monólogo "Minha Mãe É uma Peça", que depois deu origem aos filmes. Ela e outros personagens marcantes de Paulo Gustavo, como Maria Enfisema e Senhora dos Absurdos fizeram parte do 220 Volts, programa exibido entre 2011 e 2016 no Multishow, e que ganhou um especial em 2020, com transmissão na Globo.
Ele também interpretou o delegado Lupicínio no "Sítio do Pica-Pau Amarelo", em 2007. Em outubro de 2007, no extinto Vídeo Show, Paulo Gustavo afirmou que o programa foi seu primeiro contato com a televisão.
"É um programa que amei fazer. Foi meu primeiro contato com a televisão. Foi um aprendizado ficar um ano naquele estúdio, naquela cidade cenográfica. Quando cheguei, fiquei emocionado, porque sempre fui fã do 'Sítio do Pica-Pau Amarelo'."
"Quando vi a dona Benta, o saci-pererê, a Emília. Eu vejo isso desde criança, que legal estar aqui. Fazia o personagem do delegado que virava lobisomem. Ele era quem sempre ficava atrás do lobisomem, mas o lobisomem era ele. Era uma história super divertida, lúdica, e eu amei fazer. Foi um período muito incrível e emocionante de fazer parte desse programa."
O ator também fez sucesso ao interpretar o malando Valdomiro Lacerda, do seriado Vai Que Cola, do Multishow. O personagem tinha uma vida boa no Leblon até dar um golpe e fugir para o Méier, subúrbio do Rio de Janeiro. Ele vai morar na pensão de dona Jô (Catarina Abdalla).
Paulo Gustavo participou como personagem fixo nas quatro primeiras temporadas do seriado, mas depois fez participações pontuais e interpretando novos personagens. Hoje, o seriado tem oito temporadas completas.
Muito de suas criações foram, segundo ele disse, uma forma de falar de assuntos delicados e de fazer uma crítica por meio da arte e do humor.
RELEMBRE PERSONAGENS MARCANTES DE PAULO GUSTAVO
Dona Hermínia
Divorciada do marido (Herson Capri), que a trocou por uma mulher mais jovem, ela é hiperativa e costuma dizer tudo que lhe vem à cabeça, sem filtros. Não larga o pé de seus filhos Marcelina e Juliano, sem se dar conta que eles já estão bem grandinhos.
Maria Enfisema
Segundo definiu Paulo Gustavo, é uma mulher que "tem preguiça da vida, está cansada de todo o mundo, não aguenta mais as pessoas". Fumante compulsiva, Maria Enfisema é também politicamente incorreta. "Abordamos coisas delicadas, mas sempre com humor", disse ele.
Senhora dos Absurdos
De classe média alta, moradora do Leblon, no Rio, ela costuma dar opinião sobre tudo e chocar com seus comentários preconceituosos. É elitista, homofóbica e racista. "É uma personagem que criei para debochar da intolerância e da cultura do ódio. Meu intuito é fazer rir, mas sabendo que o riso também é um modo de abordar temas controvertidos e incômodos da sociedade. Dar visibilidade e voz às minorias é mais do que necessário e pode ser feito de muitas maneiras. Minha arte é uma delas", disse.
Bianca
É uma mulher empoderada, feminista, que não se importa com a opinião dos outros nem em agradar os outros. "Ela faz o que quer", afirmou Paulo Gustavo.
Sem Noção
É um homem especialista em criar situações constrangedoras, seja na academia ou até na festa de Natal.