Morreu nesta quarta-feira, aos 84 anos, o escritor Alfredo Bosi, professor emérito da Universidade de São Paulo, membro da Academia Brasileira de Letras e um dos maiores críticos literários do país.
Ele estava internado em um hospital de São Paulo com Covid-19. Segundo pessoas próximas ao crítico, ele não estava intubado e sua situação era considerada estável nos últimos dias.
A informação foi confirmada pela Companhia das Letras, editora na qual publicou obras como "Dialética da Colonização", de 1992, e "Brás Cubas em Três Versões: Estudos Machadianos", de 2006.
Nascido em São Paulo, Bosi se formou em letras pela USP, onde também obteve doutorado em literatura italiana. Após estudar na Itália por dois anos, passou a dar aulas de língua e literatura italiana na instituição.
Aos 34 anos, em 1970, publicou "História Concisa da Literatura Brasileira", manual que rapidamente se tornou referência em estudos literários e o firmou como nome de proa na crítica brasileira. No mesmo ano, obteve o título de livre-docência pela USP.
Em 1997, se tornou diretor do Instituto de Estudos Avançados da universidade e em seguida passou a editar a revista Estudos Avançados. Em 1993, venceu o prêmio Jabuti na categoria de ciências humanas.
Dez anos depois, assumiu uma cadeira na Academia Brasileira de Letras. Entre suas principais obras também estão "O Ser e o Tempo da Poesia", "Céu, Inferno: Ensaios de Crítica Literária e Ideológica", "Dialética da Colonização" e "Literatura e Resistência". Escreveu, para a coleção Folha Explica, um livro sobre Machado de Assis em 2002.
O crítico era viúvo da psicóloga Ecléa Bosi, também professora emérita da USP morta há quatro anos, e deixa os filhos Viviana e José Alfredo.