O ator Marcos Veras publicou nesta terça-feira (26) em suas redes sociais uma nota pública de retratação por ter chamado de criminoso o ex-diretor da Globo Marcius Melhem no caso das acusações de assédio moral e sexual quando fazia parte da emissora.
O acordo entre as partes previa uma troca. Com a retirada da ação por danos morais de Melhem, Veras deveria postar em suas redes sociais um texto em que reconhece que fez "postagens potencialmente ofensivas a Marcius Melhem, que já foram retiradas por ordem judicial".
O acordo, homologado na 2ª Vara Cível do Fórum Regional da Barra da Tijuca, estabelecia que a publicação deveria ocorrer no 'feed', na área pública de suas redes sociais Instagram e Twitter, no prazo de até 72 horas.
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Dessa forma, Melhem desistiria dos pedidos formulados na presente ação contra Veras, que fica obrigado a se abster de veicular novas postagens em qualquer mídia a respeito dos mesmos fatos.
Em novembro de 2020, após publicação da revista Piauí sobre uma investigação interna da Globo envolvendo Melhem em denúncias de assédio moral e sexual, Veras o chamou de "criminoso" em comentário público de um post de Dani Calabresa no Instagram. A atriz encabeça as denúncias contra o ex-diretor.
A defesa de Melhem argumenta que ele sequer é réu em qualquer processo até agora. Em janeiro deste ano, a promotora Gabriela Manssur, da Ouvidoria das Mulheres do Conselho Nacional do Ministério Público, encaminhou a promotores do Rio de Janeiro o depoimento de oito mulheres que acusam o ex-diretor da TV Globo Marcius Melhem de assédio sexual.
Esse passo, no entanto, ainda não resultou em uma ação judicial que torne Melhem réu. As ações que correm na Justiça sobre o assunto são movidas por ele. No âmbito cível, ele já teve negada a suspensão de publicações feitas em redes sociais por Danilo Gentili, que ele também considerou ofensivas, mas a juíza que analisou a ação tratou o fato como "liberdade de expressão".
Conseguiu ainda que Rafinha Bastos, outro alvo de ação cível, retirasse do ar um vídeo que o satirizava, e que o youtuber Felipe Castanhari suspendesse publicações consideradas ofensivas.
Recentemente, a Piauí teve negada pela Justiça a publicação de novos dados sobre o caso, sob a alegação de segredo de Justiça, o que se estendeu também a Melhem para apresentar informações em sua defesa.
Melhem também move ação contra Calabresa, decisão tomada após ela não ter desmentido nem confirmado a reportagem da Piauí que a apresentou como vítima de assédio dele.