Desde 2008, quando estourou com uma música sobre uma experiência lésbica, "I Kissed a Girl", Katy Perry tem sido uma voz onipresente do pop no mundo. Mas, depois de viver seu auge, empilhando hits dançantes até o meio da década passada, ela passou por momentos de baixa. O disco "Witness", de cinco anos atrás, foi o menos celebrado -por público e crítica- de sua carreira, levando a cantora, como disse ao New York Times, a viver uma "situação depressiva".
Agora, ela tenta recuperar o sorriso. "When I'm Gone", parceria dela com o DJ Alesso -gigante da música eletrônica que é atração do próximo Lollapalooza Brasil-, é um pop dançante que remete aos seus maiores sucessos, agora ainda mais próximo da EDM, a electronic dance music. Segundo ela, a nova música é sobre "o desejo sexy de se perder e tomar uma bebida". "Sou mais das músicas empoderadas e que trazem uma mensagem, mas de vez em quando gosto de usar essa carta."
"When I'm Gone" foi feita e lançada para marcar a temporada de shows dela em Las Vegas, que começou no fim do último mês de dezembro e vai até agosto. Vem também depois de "Smile", disco solar que Katy Perry lançou em 2020, em meio à pandemia de coronavírus. Mesmo acusado de soar inadequado com o momento de mortes, protestos e isolamento social, o disco ajudou a quebrar a marca "pop com propósito", que ela deu a si mesma na época de "Witness", lançado no primeiro ano do governo de Donald Trump -de quem a cantora é uma crítica.
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Para voltar ao pop sem rodeios, ela se uniu a Alesso, que mostrou a ela a base de "When I'm Gone". "Ele já tinha a base pronta, então foi o caso de eu entrar e dar o meu toque a ela", diz a cantora.
O DJ sueco diz que ela mandava mensagens com observações e pedidos de mudanças durante a madrugada. "Ela é profissional, não só chega, grava e já está pronto. Ela diz como gosta das coisas e está muito atenta aos detalhes."
"When I'm Gone" ficou cerca de um ano encostada antes de ser lançada, mas Perry diz que, a esta altura da carreira, confia mais no próprio instinto para saber quando soltar uma música. "Acho que depois de tanto tempo, podemos só fazer isso sem pensar tanto no lado comercial. Isso vem depois -a estratégia de lançar, de como promover, de como dar a maior exposição às pessoas. Mas o que importa é o sentimento da música."
Ela, contudo, confessa que para a música e para o clipe, com imagens e danças com estética futurista, sabia que estaria entregando exatamente o que os fãs queriam. "De vez em quando leio comentários, vejo o que as pessoas querem, sonham. E, por mais que eu seja uma artista que pensa por conta própria, as pessoas também me fazem ser quem eu sou. Então, tenho que servir a essas pessoas de vez em quando."
Mesmo chegando ao topo das paradas do Spotify de 28 países, "When I'm Gone" não faz sombra para o sucesso de seus hits de 12 anos atrás -como "Teenage Dream", "Last Friday Night (T.G.I.F.)", "California Gurls" e "Firework"–, o que já acontece com ela há alguns anos. Katy Perry não é mais a maior voz do mundo pop, mas, seja por vontade própria ou para atender aos fãs, ela volta ao pop frívolo e divertido que marcou seu apogeu.
"Quero fazer um disco inteiro de dance music e outro inteiro acústico, que são coisas que ainda não fiz", diz a cantora, acrescentando que gosta de ouvir Kanye West e Travis Scott quando malha. O tal disco de dance music, ela diz, é mais provável de acontecer, tendo em vista a boa recepção de "When I'm Gone" entre os fãs.
E, como Perry está no momento de agradar aos fãs, ela deixou um aceno aos brasileiros -plateia mais barulhenta do mundo, segundo ela- no clipe da nova música. A frase "morta linda", popular na internet e que ela aprendeu durante a última passagem pelo Brasil, em 2018, aparece de maneira breve no vídeo. "Quando alguém diz 'come to Brazil', sinto que me realizei como artista. Os brasileiros são os grupos de fãs mais apaixonados do mundo. A linguagem da internet transcende a linguagem normal, é como se todo mundo soubesse o que significa."