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'Cala a Boca Já Morreu'

Felipe Neto cria frente de defesa gratuita para quem for processado por criticar Bolsonaro

Mônica Bergamo - Folhapress
18 mar 2021 às 14:49

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- Reprodução/Instagram
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O youtuber Felipe Neto está organizando uma frente de advogados para assumir a defesa gratuita de todas as pessoas que forem investigadas ou processadas por se manifestarem contrariamente ao presidente Jair Bolsonaro ou por expressarem uma ideia e criticarem alguma autoridade pública.


A frente "Cala a Boca Já Morreu" será integrada pelos escritórios de André Perecmanis, Augusto de Arruda Botelho, Beto Vasconcelos e Davi Tangerino, que estão entre os mais respeitados especialistas no tema.

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O serviço poderá ser usufruído por qualquer indivíduo que não possua advogado constituído e que por meio de uma landing page, uma página na internet, poderá acionar a equipe responsável pelos encaminhamentos jurídicos.

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"A liberdade de expressão no Brasil está sob ataque de violentos inimigos da democracia. Querem intimidar e silenciar a todos aqueles que criticam autoridades públicas, eleitas pelo povo, e que exercem o poder que têm em nome desse mesmo povo. E para isso, se armam da Lei de Segurança Nacional, herança do passado mais terrível e assombroso do país: a ditadura militar", destaca Augusto de Arruda Botelho.

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"O Cala-Boca Já Morreu será um grupo da sociedade civil que vai lutar contra o autoritarismo e que será movido pelo princípio de que quando um cidadão é calado no exercício do seu legítimo direito de expressão, a voz da democracia se enfraquece. Não podemos nos calar. Não podemos deixar que nos calem e não vamos", afirma Felipe Neto.


O youtuber foi intimado na segunda-feira (15) pela Polícia Civil do Rio de Janeiro para depor em uma investigação por suposto "crime contra a segurança nacional" por ter chamado Bolsonaro de "genocida" em sua conta no Twitter. A Covid-19 já causou mais de 280 mil mortes no Brasil.

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A investigação foi aberta a pedido do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), que protocolou uma petição denunciando o suposto crime.


O delegado Pablo Sartori, que intimou o youtuber, tem um histórico de atos favoráveis à família Bolsonaro. Em novembro, ele indiciou Felipe Neto por suposta corrupção de menores. Também atendendo à família presidencial, o policial indiciou o artista carioca Diadorim por uma performance em que segurava a cabeça de Bolsonaro.

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Antes disso, o ministro da Justiça, André Mendonça, acionou a Polícia Federal para investigar cartunistas e jornalistas que criticaram Bolsonaro.


A sequência de investidas policiais levou Felipe Neto, que tem 41,5 milhões de seguidores no YouTube e 13,1 milhões no Twitter, a idealizar a frente de advogados para atuar em casos semelhantes.

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