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Rita de Cássia Coutinho

'Aos 70 anos, eu tenho o direito de fazer tudo o que quero', diz Rita Cadillac

Anahi Martinho - Folhapress
13 jun 2024 às 11:31

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- Divulgação/Ricardo Carvalho
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Há exatos 70 anos, no dia de Santo Antônio de 1954, nascia no Rio de Janeiro Rita de Cássia Coutinho, que duas décadas depois ficaria conhecida em todo o Brasil como Rita Cadillac.

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"Ainda bem que minha mãe não me colocou o nome de Antônia [em homenagem ao santo]", brinca Rita, em entrevista à reportagem. "Achobonito, mas não combinaria comigo, já pensou Toninha Cadillac?", diverte-se.

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Em 1975, Rita estreou na TV como assistente de palco e dançarina no Cassino do Chacrinha. Acabou se consagrando a mais famosa e dona da carreira mais longeva entre as chacretes. Após o fim do programa, com a morte do apresentador, em 1988, Rita se lançou como cantora e atriz. Gravou discos, fez novelas e protagonizou filmes adultos ao lado de parceiros como Alexandre Frota.


A chegada da nova idade será comemorada de forma íntima, com almoço em família e jantar com amigos mais próximos, conta Rita. "São 70 anos de vida e 50 de carreira. Só tenho a agradecer pela minha saúde e pelo carinho das pessoas. Estou ótima, trabalhando muito", diz.

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Com físico e cabeça de jovem, "que é o mais importante", ressalta, Rita continua na ativa fazendo shows em eventos e vendendo conteúdo "picante", como diz, nas plataformas Onlyfans e Privacy. E diz se surpreender com a quantidade de assinantes que acompanham seus perfis.


"Tenho fãs daquela época, mas também tem muito garoto. Garoto é modo de dizer, tá? Homens jovens, lindos. Não posso reclamar, não", diz. "Para uma pessoa que está fazendo 70 anos é muito legal ter um público jovem."

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Nas interações virtuais, os assinantes pedem para Rita rebolar vestindo pouco pano, como fazia na TV aberta nas décadas de 1970 e 1980. Há também os adeptos de fetiches mais contemporâneos, como exibir os pés.


"O público pede as coisas e a gente realiza se quiser. Você que decide. Até ensaio em cemitério já me pediram, mas isso eu não fiz", lembra, aos risos. Pedidos esdrúxulos à parte, Rita diz gostar da dinâmica autossuficiente das plataformas. "Sou de uma época que as fotos eram só no papel. Hoje não se depende mais de revistas, você mesma faz suas fotos, vídeos, sua produção de shows", diz.

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Embora as plataformas complementem a renda, ela diz que sua fonte principal de sobrevivência são seus shows, vendidos para eventos privados como casamentos, aniversários e festas de firma.


"Eu canto, danço, brinco com o público, faço o público participar. O pessoal se diverte. Continuam me pedindo para cantar 'É Bom para o Moral'. Essa música tem 40 anos e ainda pedem toda vez", se orgulha. "Eu vivo da Rita Cadillac Show. É essa quem continua a trabalhar. Continuo na ativa, na mídia e fazendo meus eventos", diz.

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VOLTA AO PORNÔ


Embora tenha gerado comoção há dois meses, quando anunciou um "feat" com o ator pornô Jefão, Rita descarta voltar ao gênero, pelo menos por enquanto.

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"Fiz a pedido das pessoas, mas não foi bem um filme pornô, é mais um filme sensual", explica. "Não sei se voltaria nesse momento, mas poderia voltar amanhã se quisesse. Aos 70 anos, eu tenho direito de fazer tudo o que eu quero", simplifica.


Questionada se o etarismo a incomoda, Rita dá de ombros: "Se criticam até a Anitta, criticam até a Pabllo, Ludmilla, Gloria Groove, porque não vão criticar a Rita Cadillac?", diz.


"Na internet, sempre vai ter alguém te criticando. Até você vai ter alguém te criticando", avisa à repórter. "Algumas pessoas dizem coisas maldosas, para machucar mesmo. Mas eu lido com tranquilidade. Graças a Deus, também tem muita gente que tem carinho e respeito por mim. O que me interessa é isso", diz ela.


Se tem algo que ganhou com os anos de estrada, além da tranquilidade de ser quem é, é o orgulho ao olhar para a própria trajetória, conta Rita. "É difícil sobreviver sendo artista no Brasil. E mais difícil ainda uma pessoa que trabalha com o corpo, com a dança, chegar aos 50 anos de carreira", diz.


SEM NEURA


O segredo da chacrete para chegar aos 70 em cima do salto, dançando, rebolando e com a mente afiada é viver de forma tranquila, sem neura e curtindo com os amigos.


"Vou ser bem honesta: não faço dieta. Uso o bom senso, se hoje eu comi alguma coisa exagerada, amanhã dou uma maneirada. Não faço nenhuma restrição alimentar. Mas também não sou de beber, não uso droga", diz. "Academia às vezes eu vou, às vezes eu não vou", admite ela, que, no entanto mantém a rotina de check-ups e cuida da saúde –mental, inclusive. "A mente estando boa, tudo está bom."


Questionada sobre qual o maior tesouro que acumulou nos 50 anos de carreira e 70 de vida, ela responde sem hesitar: os amigos. "As amizades que fiz ao longo da vida, o respeito e carinho dos fãs, a experiência de poder conhecer pessoas, fazer amizades, isso foi a melhor coisa que minha carreira me trouxe", diz.


"Meu único desejo hoje é ter saúde, continuar trabalhando e continuar sendo uma pessoa respeitada", conclui Rita.


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