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Banda londrinense 'O Hipertrópico' tem novo lançamento

01 dez 2022 às 15:57

A banda londrinense o Hipertrópico divulga o quarto lançamento de seu álbum "Atlântico", que está sendo lançado durante este ano e ano que vem. Esse novo EP conta duas novas músicas explorando o tema natureza: o reggae-dub "Pré-pago" e "Borboletas", que conta com a participação de Maxy Herlein no sax, diretamente da Argentina! 


Pré-pago é um reggae dub, com guitarras cheias de efeitos, bateria gravada em live mixing, com ambiências analogicas, linha de baixo pesada e marcante, flautas que te colocam numa trilha inca e uma letra que te faz querer florescer. Já Borboletas, com a participação de Maxy Herrlein num dos sax, remete ao funk soul anos 70 e 80 com uma pitada de jazz no solo final e nas suas progressões ao longo da faixa. 


O portal Bonde teve uma conversa com o vocalista da banda, Fernando Cacciolari, em que ele conta um pouco mais sobre o EP, confira algumas respostas:

Sobre o processo de lançamento

O lançamento do nosso EP com "Pré-pago" e "Borboletas" teve um certo delay, atrasos, dado aos assuntos que tiveram atenção na mídia recentemente, como as eleições, a copa do mundo e as perdas de grandes nomes da música nacional que tivemos em novembro. 


Aliás, aproveito o espaço para agradecer a esses músicos, em especial a Gal e o Erasmo, que nos deixaram um legado preciosíssimo e influenciaram muito nossas composições. Falando em delay, em "Pré-pago" abusamos bastante desse e de vários outros efeitos sonoros, como vocês podem conferir na música. 


As baterias foram gravadas em live mixing no Estúdio Junkmahal daqui de Londrina, em uma mesa de som Tascam dos anos 80, como se fazia nos primórdios da Dub music. Em breve pretendemos soltar um videoclipe dessa música, com cenas de estúdio em que o público vai poder ver um pouco como as gravações foram feitas. 


Já em "Borboletas" a novidade é a participação do saxofonista Max Herrleim da Paraná Big Band, da cidade de Paraná, na Argentina. Eu e Bird (guitarrista da banda) nos conhecemos em 2020 em uma viagem para El Calafate. Logo de cara já travamos uma amizade tão sincera que chamamos ele para participar desta música!

O tema natureza

A natureza sempre foi uma inspiração pra gente, estando ali presente nas paisagens de fundo que descrevemos com as letras. Mas nessas músicas este tema veio mais forte justamente por elas terem sido escritas no período de isolamento, naquela vontade enorme que passamos de poder sair de casa, respirar, viajar, ver o mundo! Ainda bem que passou, né?! 


Naquele momento, assim como a música, a natureza foi um grande refúgio para todos nós, e acredito que aprendemos a dar muito mais valor à vida e a arte depois disso tudo. Essas duas músicas foram lançadas na primavera deste ano, o que simboliza bem o “renascer” deste período pós-pandêmico, que vem sendo muito bom pra gente, finalmente poder sentir o calor do público nos shows, já que começamos a banda de fato na pandemia.

As músicas do álbum Atlântico até agora

O nome “Atlântico” vem como uma homenagem aos nossos antepassados que cruzaram o oceano para fazer uma vida nova aqui na nossa terra, afinal estamos aqui graças a eles! A música que abre o disco “Bilhete de Ida” fala sobre isso, e assim como as outras do álbum, fala sobre nossa existência no mundo e as experiências que temos, entre alegrias e dores, nessa aventura que é viver.


Pessoalmente, o nome “Atlântico” remete a travessia que fiz voltando da Itália para o Brasil após ter perdido meu irmão Artur Cacciolari, artista circense. Com o exemplo dele, sempre com um sorriso no rosto, vi o quanto a arte realmente salva, o que a pandemia também veio a confirmar. Como diz aquela velha frase "só aprendemos a dar valor nas coisas depois que as perdemos". A perda é um dos assuntos centrais que lidamos neste nosso álbum, o que ficará mais visível nas próximas músicas que lançaremos ano que vem. Fiquem de olho que mais coisas lindas vem por aí!

A escolha do nome das músicas e a história por trás delas

As duas músicas são meio irmãs, e embora elas sejam composição da banda toda, a estrutura e o corpo maior da letra das duas foram feitas pelo nosso guitarrista, Vinícius Carneiro. “Borboletas” começa com uma descrição de uma cena que Vinícius viu enquanto estava, realmente, deitado em seu quarto e do nada apareceram várias borboletas amarelas entre os ipês amarelos que estavam florescendo na rua, bem em frente ao quarto dele, e o nome acabou vindo também dessa cena. 


Já “Pré-pago” tem o mesmo quarto de inspiração, mas em um momento de pandemia, quando estavam todos no isolamento de abril para maio de 2020, bem no começo de tudo, e ao estar sozinho em casa ele começou a pensar que, embora sozinho, as pessoas acabavam voltando para o convívio e o mundo iria voltar a florescer, e ela tem essa mensagem de renascimento após algo que foi marcante nas nossas histórias. Já o nome dela vem também de uma frase da própria música, que é a palavra que se repete no início de todo verso, e consideramos um nome marcante.

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